Acordo e descubro – ouvindo rádio – que o tempo apresentará
escaramuças nos próximos dias. Nenhuma surpresa. Nem na previsão do tempo e nem
no linguajar peculiar do meteorologista.
Mas tem gente que gosta de gente, que cuida e cria sobrinhos, vizinhos e agregados desafortunados. E na natureza também tem casos de mães que abandonam e rejeitam seus filhotes. Na natureza também têm os desamparados pela natureza. E não têm feicebuque pra se queixar.
Descubro também que o vídeo e a foto mais compartilhados do
momento no feicebuque são de uma cadela que adotou dois filhotes de tatu. É
realmente interessante. Desperta o sentimento “cuti-cuti” dentro da gente.
Fui olhar os comentários sobre a foto e, claro, não me
surpreendi. Todos falando em amor incondicional, que os animais nos ensinam e
nos dão exemplos, que é a prova de que Deus existe, que os animais são mais
humanos do que nós e ressaltando quão magnífica é a natureza.
Não quero parecer corporativista, mas essa turma inspirada
dos comentários esquece que gente também adota gente. É claro que aprontamos
das nossas. E muito. E claro que, à guisa de adoção e/ou de ajuda, muita família
arruma uma empregada doméstica e ainda passa por bacana. Claro que tem gente com
grana que distribui presentes pelas creches pra aliviar a consciência e tentar
fazer uma média com sua religião de carteirinha.
Mas tem gente que gosta de gente, que cuida e cria sobrinhos, vizinhos e agregados desafortunados. E na natureza também tem casos de mães que abandonam e rejeitam seus filhotes. Na natureza também têm os desamparados pela natureza. E não têm feicebuque pra se queixar.
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