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segunda-feira, 17 de março de 2014

DE RÁDIO

Vou falar de rádio, mas acontece a mesma coisa em jornal e acho que em TV também.

Os repórteres – ou comunicadores – se queixam, e com razão, que os ouvintes não gostam quando a opinião emitida é diferente da que esperam ouvir. A patrulha é forte, sabemos.

Acontece que os repórteres e comunicadores têm o mesmo procedimento com seus entrevistados. Enquanto o sujeito não responde o que o repórter quer ouvir, ou o que ele não julga ser uma resposta adequada, ele segue perguntando a mesma coisa. Ou expondo a mesma tese que faz, à guisa de pergunta, na espera da confirmação por parte do entrevistado. Se mesmo assim a resposta não vem, em seus espaços eles criticam à grande a resposta que julgam fora de lugar.

Caso alguém não esteja achando um exemplo, cito o do técnico Abel Braga, do Internacional. Perguntado se ele achava ofensivo o termo “macacada” quando cantado pela torcida do Grêmio, ele disse que não. Foi perguntado de novo, e de novo. Manteve a opinião. E agora sempre que se fala no assunto a entrevista dele vem à tona. E com ressalvas de que a reportagem não gostou da resposta.

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