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segunda-feira, 17 de março de 2014

EMOÇÃO

É muito pouco provável que eu morra vítima de dentadas de um crocodilo. Ou congelado no Himalaia. Ou de sede no deserto.

Não consigo ficar com pena quando em algum documentário vejo que alguém perdeu os dedos em escaladas voluntárias na busca de um recorde ou de adrenalina. Nem mesmo quando morre alguém vitimado pelos tubarões com os quais gostava de nadar eu fico condoído.

“Não sabe de nada, inocente!”, você deve estar pensando. Pode ser. Esse tipo de emoção não me atrai. Aliás, quanto mais perto do meu sofá, mais satisfeito fico com qualquer emoção.

Eu sou compreensivo com a humanidade. Entendo que as pessoas precisam fazer alguma coisa pra ganhar a vida. Varrer rua, limpar banheiros alheios, trocar tiros com bandidos. Essa turma tem a minha solidariedade. Já quem fica de cabeça pra baixo na beirada de um edifício não pode ter o meu amparo.

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