Páginas

sexta-feira, 7 de março de 2014

MÚSICA NA SEXTA

Geraldo Azevedo de Amorim nasceu em Petrolina, PE, em 1945.

Diferentemente da maioria dos artistas que passaram aqui no Música na Sexta, Geraldo Azevedo não vem de uma família de músicos.

Tocando violão desde os 12 anos, iniciou sua trajetória na música profissional aos 18, quando foi estudar em Recife. Lá ingressou em um grupo do qual faziam parte, entre outros, Naná Vasconcelos e integrantes do Quinteto Violado. Depois passou a fazer parte do grupo que acompanhava Geraldo Vandré. Foi Eliana Pittman quem gravou sua primeira composição, Aquela Rosa.

Gravou seu primeiro disco com Alceu Valença: “Quadrafônico” com arranjos de Rogério Duprat.

Sobre o parceiro, Alceu relembra: “Geraldo Azevedo esteve recentemente em minha casa, com seu violão, sua paz e uma garrafa de vinho debaixo do braço. Cantou, tocou, relembrou o tempo em que formamos uma dupla. Geraldo Azevedo faz parte de mim. Talvez eu não existisse como artista se não o tivesse conhecido. Foi Geraldo quem quebrou minha timidez em relação à música. Com ele compus “Talismã”, “78 rotações”, “Virgem Virgínia”. Se eu morasse perto de Geraldo, tocaria violão todo dia. Ele jamais se afasta do violão. Quando conversa, está com o violão. A cada gole na taça de vinho, faz uma passagem rítmica ou um acorde. Já me contaram que até quando vai ao banheiro ele leva o instrumento. Temos ligações familiares. Ele é meu compadre, pois sou padrinho da apaixonante Gabi. Quando conheci Geraldo, ele não bebia nada e só ficava observando o compadre biriteiro. Hoje é o contrário.

É desse disco a música "78 rotações".


78 rotações
Geraldo Azevedo/Alceu Valença
Ela vinha numa manhã
Rachada
Pelo vento que soprou
De madrugada
No frio de uma manhã de maio
De franja na testa
Tentava esconder o pensamento
Que só pensava em mim
Ela pensava em nós
Meu cigarro clareando
A madrugada
Nosso quarto, nossa vida, nossa casa
Na beira do mangue
Na beira da lama
Na beira de Olinda
Eu nem me lembro da casinha
pequenina
Na beira do mangue
Na beira da lama
Na beira de Olinda
Perdida em 78 rotações...

Um comentário: