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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ÁLBUM DA QUINTA

CRIATURAS DA NOITE - 1975 - O TERÇO

Criaturas da Noite é o terceiro álbum da banda de rock progressivo O Terço, lançado em 1975. Após uma carreira que passara do total anonimato para a categoria de expoente do rock nacional, ao lado dos Mutantes, o Terço entrou no estúdio Vice-Versa, após colaborar no primeiro trabalho de Sá e Guarabyra, sem Zé Rodrix, no álbum “Nunca”, para gravar um disco ansiosamente aguardado pelo seus fãs. Era novembro de 1974, e o disco que resultou desse trabalho, “Criaturas da Noite”, seria considerado o ponto alto da trajetória do grupo do guitarrista Sérgio Hinds.


A banda já havia gravado dois Lps e compactos, e por ela tinham passado músicos como Jorge Amiden, Vinícius Cantuária e Cézar de Mercês. Sérgio, além de Cézar de Mercês fazendo guitarra base, era agora acompanhado em shows de uma nova cozinha, que antes acompanhara o trio Sá, Rodrix & Guarabyra: Sérgio Magrão no baixo e Luiz Moreno (falecido, em 2002), na bateria. Para completar o time, um tecladista, violonista e cantor que anos mais tarde faria carreira solo de sucesso, Flávio Venturini, na época usando o nome artístico de Flávio Alterosas. A saída de Cézar oficializou a formação do quarteto e foi assim, com Hinds, Magrão, Flávio e Moreno, que saíram os créditos do disco, embora a presença de Cézar seja presente não só pela percussão em duas faixas mas, principalmente, pela quantidade de músicas em que ele é o autor ou parceiro. 


A música que abre o disco,“Hey Amigo” (Cézar de Mercês), tornou-se, bem antes do lançamento de “Criaturas da Noite” presença obrigatória nos shows da banda. Com uma letra simples, meio tola e fácil de memorizar, convidando a todos para se unirem como um só através desse rock, “Hey Amigo” tem uma melodia e um arranjo empolgantes. Nela uma velha característica do Terço está presente, que é a guitarra e o baixo dobrando os riffs, mas agora acrescentada pela cama proporcionada pelo órgão e os vocais mais elaborado, com várias vozes, recurso que viria a ser aplicado no 14 Bis, para onde Magrão e Flávio se bandeariam mais tarde.


O lado acústico da banda brilha em “Queimada” (Flávio Venturini e Cézar de Mercês). O som de violas, baixo elétrico, percussão e os vocais são a pitadinha de folk que faltava na mistura que gerou a banda. Uma música sem grandes pretensões que, cedo, tornou-se uma das favoritas do álbum.

A música que dá nome ao disco, “Criaturas da Noite” (Flávio Venturini e Luiz Carlos Sá), com a abertura feita pelo piano de Flávio e os vocais da banda, apoiados por um naipe de cordas, tem um gosto de Sá, Rodrix & Guarabyra inconfundível, deixando bem clara a influência, inclusive pela parceria. O vocal solo é de Flávio e a guitarra solando com os violinos completa o clima onírico sugerido pela letra.

Mesmo com alguns problemas técnicos, que qualquer demo de hoje passa por cima, “Criaturas da Noite” foi um marco para o rock nacional e colocou a banda, para sempre, na história.


Lado 1
1. Hey Amigo (Cezar de Mercês) — 3:32
2. Queimada (Flávio Venturini / Cezar de Mercês) — 3:04
3. Pano de Fundo (Sérgio Magrão / Cezar de Mercês) — 3:44
4. Ponto Final (Luiz Moreno) — 4:38
5. Volte na Próxima Semana (Sérgio Hinds) — 2:59

Lado 2
1. Criaturas da Noite (Flávio Venturini / Luiz Carlos Sá) — 3:41
2. Jogo das Pedras (Flávio Venturini / Cezar de Mercês) — 3:25
3. 1974 (Flávio Venturini) — 12:27


Sérgio Hinds - guitarra, viola e vocal
Sérgio Magrão - baixo e vocal
Luiz Moreno - percussão e vocal
Flávio Venturini - piano, órgão, sintetizador, viola e vocal

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