Ouvi hoje (25/11/2014) pela primeira vez o novo programa da
rádio Gaúcha. Não estava enganado, o plano é se aproximar mesmo da rádio
Atlântida. Ou seja, não me surpreendi com o que ouvi. Mas isso é outro assunto.
Fui brindado com uma entrevista com o músico e confiável Duca
Leindecker. O tema central da entrevista foi a morte do irmão, e ele estava
muito pesaroso. Compreensível, seu irmão morreu. Lá pelo final da
entrevista, já não estava prestando muito a atenção no contexto da coisa, ouço
um outro lamento: “É muito difícil ser músico no Brasil”.
Eu sugeriria que, doravante, sempre que um artista for
entrevistado no rádio, a conversa comece assim: “Senhor Músico, além da
dificuldade de ser músico no Brasil, o que o senhor tem a dizer?” Se for na TV
é mais fácil, podemos trabalhar sempre com uma legenda padrão, rolando no
rodapé da imagem, informando essa dificuldade.
Deve mesmo ser difícil ser músico no Brasil. Será que ele (ou
alguém) pensa que a vida de um pedreiro, faxineiro, cobrador, motorista é uma
barbada? Acho que não. O confiável músico já deve ter conversado com algum
político comunista que o alerte para o fato. Creio que sim. E será que a vida de
músico na Islândia, na Suécia, em Burquina Faso, no Congo Belga é essa barbada
que o saudoso do Pinhal deseja?
Eu sei que Duca Leindecker é competente no que faz e não
parece ser um cara burro (já provou que não é). Mas tá cheio de colega dele por
aí que se for vetado desse queixume da dificuldade de ser músico no Brasil vai
ficar sem ter o que dizer na entrevista.
Não ouvi, mas acho que ele se referia justamente ao processo midiático, que enxerga oportunidades e se lança de cabeça, ignorando todas as outras vertentes. Vide teu post sobre o sertanejo universitario. É a bola da vez e não tem mais pra ninguém. Assim como foi com o Axé, o funk carioca e outras nabas, exploradas exaustivamente.
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