Sinceramente, não sei se algumas pessoas pensam antes de
dizer as coisas ou se falam por puro vício de linguagem. E não sei o que é
pior.
Você pergunta se uma pessoa tem fogo, fósforo, isqueiro ou
duas pedras pra sair faísca: “Não fumo, graças a Deus”. Você não perguntou se
ela fuma ou se tem alguma crença.
Pessoal do escritório se organizando pro bolão da loteria,
sempre tem alguém pra dizer: “Não jogo, Graças a Deus!”. Não quer jogar, não
joga. Simples assim.
Quando se pergunta sobre o estado civil: “Bem casado, graças
a Deus!”. Poucas vezes ouvi de gente casada resposta diferente desta. A pergunta
é formal, para preencher um formulário, não para saber se o vivente achou a cara metade e é
o mais aquinhoado pelos deuses do amor entre os convivas da sua turma.
Quando os repórteres de rádio perguntam criativamente para o
jogador: “E o gol?” A resposta, invariavelmente envolve, “Graças a Deus”, dando
a impressão de que se o jogador ou um aipim fincado estivesse ali o resultado do
jogo seria o mesmo.
Formaturas, reabilitações, curas e toda sorte de
acontecimentos vêm com o complemento: “Graças a Deus!”. Isso sempre me lembra
uma anedota que ouvi há tempos.
Um sujeito comprou um sítio no sertão de Piritiba. Com muita
raça, fez tudo ali sozinho, nem um pé de passarinho foi a terra semear. Agora
tem abacate, jenipapo e bananeira. Milho verde e macaxeira, como dizem no Ceará.
Cebola, coentro, andu, feijão-de-corda, vinte porco na engorda e até gado no
curral. E seguia trabalhando.
Um dia, o padre
resolveu aparecer por lá para pedir um donativo e comentou:
- Que belo trabalho vocês fizeram aqui!
- Vocês?
- Sim, você e Deus!
- Ah! Mas o senhor precisa ver como é que tava isso aqui na
época que ele cuidava sozinho!
Luiggi
Luiggi
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