A resposta que você gostaria de dar é “não!”. Mas, por
educação ou gentileza você responde que quer sim, muito, mas ainda não é o
momento, que um dia certamente terão a bênção e a graça de terem um filho. Ou o
segundo. Quem propõe esse tipo de conversa normalmente quer povoar o mundo. E
normalmente não tem filhos. Estranho.
Algumas pessoas entendem a sutileza e ficam por aí. Outros
vão adiante. Ou por chatice ou para testar os seus limites. “Não existe momento
certo para se ter um filho!”. Você ainda tem alguma paciência, reúne toda sua
simpatia e esboça um meio sorriso: “Sem dúvida, mas optamos por esperar o
momento de termos estrutura para receber preparados esta dádiva”.
“Mas...” a insistência. Agora é guerra. Você tentou ser
sutil e discreto. Se argumentar não funcionou, o desaforo vai funcionar. Ou não,
tanto faz. Não vai apelar pro final de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Não é
hora de Machado. Nem de Vinícius, que chega a achar Herodes natural. Cogita
Medéia, mas não é o caso. Sua namorada se chama Marie Farrar, Rosemary? Não. É melhor deixar pra lá.
É melhor procurar outro drink. A noite vai ser longa e ainda
há muito o que responder.
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