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sexta-feira, 7 de junho de 2013

MÚSICA NA SEXTA

Jorge Duílio Lima Meneses, Jorge Ben, Jorge Benjor, Jorge Ben Jor, ou Babulina, nasceu no Rio de Janeiro em 1945*. 

Filho de Augusto Menezes, pandeirista do bloco Cometa do Bispo, cantor e compositor de músicas de carnaval, e da etíope Sílvia Saint Ben Lima. Na adolescência, integrou um regional, tocando pandeiro, e fez parte do coro da igreja do Colégio Diocesano São José, onde estudava. Aos 18 anos, ganhou seu primeiro violão e um método para principiantes. Logo em seguida, começou a tocar bossa nova e rock em festas de amigos.

Iniciou sua carreira artística em 1961, como pandeirista, ao lado do Copa Trio, grupo liderado pelo organista Zé Maria, que se apresentava na casa noturna Little Club, no Beco das Garrafas (RJ). Em seguida, apresentou-se no Bottle's, também no Beco das Garrafas, cantando e tocando músicas de sua autoria. Atuou, também nessa época, como cantor de rock, na boate Plaza (RJ).

Em 1963, voltou a apresentar-se no Bottle's, acompanhado pelo Copa Cinco, integrado por Meireles (sax), Pedro Paulo (trompete), Toninho (piano), Dom Um (bateria) e Manoel Gusmão (baixo). Ainda nesse ano, realizou sua primeira participação em estúdio, atuando como crooner nas faixas "Mas que nada" e "Por causa de você, menina", ambas de sua autoria, incluídas no LP "Tudo azul", de Zé Maria. Em seguida, foi contratado pela gravadora Philips, e gravou um 78 rpm com essas duas músicas, acompanhado pelo Copa Cinco. O disco obteve muito êxito. Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro LP, "Samba esquema novo", contendo essas duas canções, além de "Chove chuva", que veio consolidar seu sucesso como cantor e compositor. O disco atingiu um total de 100 mil cópias vendidas, marca incomum para a época.

Lançou, em 1964, os LPs "Sacundin Ben samba" e "Ben é samba bom".

No ano seguinte, viajou para os Estados Unidos, a convite do Ministério das Relações Exteriores, apresentando-se em clubes e universidades, durante três meses. Dono de um estilo único, chegou a participar de programas antagônicos como "O fino da bossa" e "Jovem guarda" (TV Record). Nessa época, algumas de suas canções foram gravadas nos Estados Unidos: "Mas que nada" e "Chove chuva", por Sergio Mendes, que chegaram às paradas de sucesso norte-americanas, "Zazoeira", por Herp Albert, e "Nena Naná", por José Feliciano.

Em 1974, lançou o festejado e cultuado LP "A tábua de esmeralda", produzido por Paulinho Tapajós, contendo suas canções "Os alquimistas estão chegando", "O homem da gravata florida", "Errare humanum est", "Menina mulher da pele preta", "Magnólia", "Minha teimosia, uma arma pra te conquistar", "O namorado da viúva" e "Hermes Trismegisto e sua celeste Tábua de Esmeralda" (sobre texto de Fulcanelli), entre outras

No disco "Salve simpatia", de 1979, registrou composições próprias como "Boiadeiro" (c/ Augusto de Agosto), "Ive Brussel" e a faixa-título. Neste disco também tem Waldomiro Pena.
Com dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira.

Notas da Redação: A idade de Jorge Bem sempre foi contestada por Tim Maia, o Síndico. O apelido “Babulina” vem de sua pronúncia do título do Rock "Bop-A-Lena" de Ronnie Self. (Consta que o supra citado Sebastião também tinha o mesmo apelido e pelo mesmo motivo.) Por causa de seu estilo particular de tocar conseguia transitar tranquilamente entre a turma da Bossa Nova e da Jovem Guarda. No final dos anos 80, altera seu nome para Jorge Benjor e logo em seguida para Jorge Ben Jor. Há quem diga que é para evitar confusões com George Benson, há quem diga que por influência da numerologia. Waldomiro Pena foi composta para o personagem homônimo vivido por Hugo Carvana no seriado da rede Globo chamado "Plantão de Polícia".

Jorge Ben fala com grande orgulho que nunca tocou, muito menos compôs, uma música triste.


Waldomiro Pena
Jorge Ben
Esta é a história de Waldomiro Pena, o cândido
O último repórter policial romântico
Salve Waldomiro Pena, o cândido!
Waldomiro anda muito preocupado
Com as idéias de seu editor
Que querendo modernizar o jornal
Cerra e esquece o romantismo
Que ele criou e ele conquistou
Waldomiro Pena mora no bairro do Flamengo
Num quarto e sala displicente e decorado
Onde depois da matinal - média e pão com manteiga
Num boteco da esquina, às pressas manda botar na conta
E se manda para o jornal, a folha popular, a sua glória nacional
Bate o ponto, pega uma velha perua e com a sua gangue cai nas ruas
Transando com gente de todo tipo e espécie
Como, por exemplo, camelôs, policiais
Bicheiros, sambistas, otários e marginais
Waldomiro Pena topa toda hora
Com lances incríveis e perigosos
Sem perder o seu humor heróico e romântico
Salve Waldomiro Pena, o cândido!

Um comentário:

  1. Já ouvia Jorge Ben eventualmente em rádios. Lembro de sucessos seus tocados no final dos anos sessenta, mas criança ou pré-adolescente, meus intéresses eram outros (sim eu tinha um pinto).
    Na na casa de meu pai foi que pude conhecer melhor sua obra. Meu velho tinha um equipamento de fita cassete com um ótimo estéreo. Lá ouvi pela primeira vez o álbum Negro é Lindo. Produzido por Paulinho Tapajós e com acompanhamento do Trio Tapajós. "Rita Jeep" com arranjo de harmônica, ou das cordas em "Porque é proibido pisar na grama" foi um divisor em meu gosto musical. A partir dali nunca mais seria o mesmo, mas quem se importa...

    Da contra capa do álbum: Negro é lindo traz homenagem a Cassius Clay, Muhammad Ali e João Parahyba, apelidado de Comanche. Traz declarações de amor a sua querida Maria Tereza Domingas e, ao mesmo tempo, propõe um pacto de comunhão de bens à Rita Lee, sua carona dos estúdios pra casa no Brooklin.
    No estúdio, Tapajós preferia gravar com Jorge sozinho em cima de um estrado, sob o qual colocava microfones que captavam a batida dos tamancos do artista e o roçar da palheta sobre as cordas dos violões. A partir dali, os arranjos eram montados. "Com a pulsação dos tamancos, da voz e da palheta, o Jorge se transformava numa máquina de ritmo. Depois eu enfeitava com os outros intrumentos em tessituras que não esbarravam na dele.
    Gravamos 30, 40 músicas para um único disco e acredito que ainda deva existir muito material inédito (nota do copista (me): por Baco, cadê isto?). Era a melhor maneira, porque o grande barato do Jorge é a liberdade. Ele não tem disciplina. Então temos de ir atrás dele". Pode-se analisar essa liberdade como uma certa alienação as técnicas e às artificialidades de estúdio e ao processo de ensaio como um todo.

    Esta é a sua discografia de estúdio, mas tem ainda gravações ao vivo, coletâneas, tributos e outros.

    1963 - Samba Esquema Novo
    1964 - Sacundin Ben Samba
    1964 - Ben É Samba Bom
    1965 - Big Ben
    1967 - O Bidú: Silêncio no Brooklin
    1969 - Jorge Ben
    1970 - Força Bruta
    1971 - Negro É Lindo
    1972 - Ben
    1973 - 10 Anos Depois
    1974 - A Tábua de Esmeralda
    1975 - Gil & Jorge: Ogum, Xangô
    1975 - Solta o Pavão
    1976 - África Brasil
    1976 - Tropical
    1978 - A Banda do Zé Pretinho
    1979 - Salve Simpatia
    1980 - Alô Alô, Como Vai?
    1981 - Bem-vinda Amizade
    1984 - Dádiva
    1985 - Sonsual
    1986 - Ben Brasil
    1989 - Ben Jor
    1993 - 23
    1995 - Homo Sapiens
    2004 - Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum)
    2007 - Recuerdos de Asunción 443

    Pérolas para quem gosta de boa música.

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