O que faz alguém pensar que regravar uma música é
uma homenagem para o regravado?
Ney Matogrosso, Luiz Tatit e José Miguel Wisnik (e certamente outros que não recordo) regravaram a música. Gente séria. Mas suas gravações em nada acrescentaram à original.
Nada contra os “covers”. Há até uma seção sobre eles aqui no
TOA. Alguns covers, inclusive, tornam-se a versão definitiva de algumas músicas.
Chega de Saudade deve ser maior exemplo disso na música nacional.
Às vezes, o próprio compositor bagunça suas músicas. O que David
Gilmour fez com as dele (e de seus companheiros de Pink Floyd) no DVD In Concert
não é bom nem lembrar.
Algumas músicas se tornam, em sua versão primeira, uma obra
definitiva. Um desses casos é a música Construção, de Chico Buarque, gravada no
seu disco de 1971, com arranjos de Rogério Duprat. Ney Matogrosso, Luiz Tatit e José Miguel Wisnik (e certamente outros que não recordo) regravaram a música. Gente séria. Mas suas gravações em nada acrescentaram à original.
Mas tudo tem limite. Hoje ouvi Construção na interpretação
de Fito Paes. Tentei ouvir atentamente. Não deu. Não pareceu ser um deboche,
mas é, no mínimo, uma gravação equivocada. Não consegui entender o propósito, a
intenção do artista. Não vou nem argumentar sobre as tão faladas proparoxítonas e
dodecassílabos da música. Ficou outra coisa. Ficou ruim.
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