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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

THE VOICE

Cartola, Chico Buarque, Tom Zé, Lupicínio Rodrigues, Roberto Carlos, Raul Seixas e acho que nem mesmo João Gilberto. Humberto Gessinger, Herbert Viana e Cazuza então, nem pensar.

Nenhum desses seria aprovado pelos jurados (ou público, não sei bem como funciona) do programa The Voice Brasil.

Há tempos desconfio de minha implicância com vocalistas virtuosos. Há quem considere isso um estigma fatal. Como já disse aqui, pra mim é questão de gosto. Pode ser de mau, gosto, mas gosto. Música (como qualquer forma de arte, de maneira geral) precisa – pra não usar termos técnicos que não conheço e tentar sintetizar a ideia – arrepiar.

Obviamente uma técnica sempre ajuda. Mas isso vale pra tudo. E “só” técnica fica muito chato.

Um exemplo elucidativo: ninguém duvida que David Gilmour sabe – e muito bem  o que está fazendo quando pilota a sua Fender. E precisa somente de duas ou três notinhas pra fazer o que o Yngwie Malmsteen faz no braço inteiro na guitarra e mais um monte de efeitos.

Enfim, a turma nunca deu bola pra música mesmo. E, aliás, onde andam os vencedores das edições anteriores dos The Voices?

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