Cartola, Chico Buarque, Tom Zé, Lupicínio Rodrigues, Roberto
Carlos, Raul Seixas e acho que nem mesmo João Gilberto. Humberto Gessinger,
Herbert Viana e Cazuza então, nem pensar.
Nenhum desses seria aprovado pelos jurados (ou público, não
sei bem como funciona) do programa The Voice Brasil.
Há tempos desconfio de minha implicância com vocalistas
virtuosos. Há quem considere isso um estigma fatal. Como já disse aqui, pra mim
é questão de gosto. Pode ser de mau, gosto, mas gosto. Música (como qualquer
forma de arte, de maneira geral) precisa – pra não usar termos técnicos que não
conheço e tentar sintetizar a ideia – arrepiar.
Obviamente uma técnica sempre ajuda. Mas isso vale pra tudo.
E “só” técnica fica muito chato.
Um exemplo elucidativo: ninguém duvida que David Gilmour
sabe – e muito bem – o que está fazendo quando pilota a sua Fender. E precisa somente
de duas ou três notinhas pra fazer o que o Yngwie Malmsteen faz no braço inteiro
na guitarra e mais um monte de efeitos.
Enfim, a turma nunca deu bola pra música mesmo. E, aliás,
onde andam os vencedores das edições anteriores dos The Voices?
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