O cachorro sorrir latindo pode ser uma demasia. Muito embora
quem tenha um cachorro ou um gato entenda o que Roberto Carlos quis dizer. E a
música – O Portão – é bela.
Claro, pro meu gosto tem um arranjo muito grandiloquente. Muito violino. Podia ter mais gaitinha de boca. Um clima meio Sérgio Leone não cairia mal. “Minhas malas coloquei no chão, eu voltei”.
Todo o meu passado iluminei
E entrei”.
Meu retrato ainda na parede
Meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei
E eu falei.
Se havia alguém à minha espera
Passos indecisos caminhei
E parei
Me abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei”
Enfim, abra seu bourbon e aperte o play.
Claro, pro meu gosto tem um arranjo muito grandiloquente. Muito violino. Podia ter mais gaitinha de boca. Um clima meio Sérgio Leone não cairia mal. “Minhas malas coloquei no chão, eu voltei”.
Claro, a volta de Roberto não é por vingança nem redenção. É
apenas uma volta. “Quase nada se
modificou, acho que só eu mesmo mudei. E voltei”.
Depois, talvez os versos mais bonitos de Roberto. Quiçá da
música brasileira:
“Fui abrindo a porta
devagar
Mas deixei a luz
entrar primeiroTodo o meu passado iluminei
E entrei”.
Qualquer interpretação dos versos acima seria literatura
barata. Mais barata do que esse locutor que vos fala pode produzir.
Existe alguma necessidade de explicar a volta. Talvez pra
ele mesmo. Talvez entender que a única coisa que aconteceu foi que o tempo
passou:
Meu retrato ainda na parede
Meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei
E eu falei.
E assim como não há cobrança de quem ficou, não há cobrança
de quem volta
Sem saber depois de
tanto tempoSe havia alguém à minha espera
Passos indecisos caminhei
E parei
E nem sempre é preciso falar. Roberto sabe disso:
“Quando vi que dois
braços abertosMe abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei”
Enfim, abra seu bourbon e aperte o play.
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