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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

DAS MADRUGADAS

Se vivo fosse Francis Albert Sinatra – The Voice – faria hoje (12/12/2013) 98 anos.

E a lembrança de Sinatra me faz recordar do bom amigo Sergio Suminsky. Por algum motivo Sergio se orgulhava muito de seu nome não ter acento.

Trabalhei com seu Sergio uns dois anos, no início dos anos 90. Dividíamos a mesma sala e um rádio num escritório de contabilidade na MuiLeal. Falo do rádio por que passávamos o dia ouvindo música, geralmente a rádio União (“trabalhando com União”, era o programa da tarde). 

Naquele tempo, os locutores tinham a voz empostada e até alguma sisudez. Mas Sergio, de vez em quando, ligava pra rádio para corrigir alguma autoria equivocada ou uma má pronúncia. Certa vez, um locutor castigou e desanunciou assim a música: “Ouvimos, na interpretação de Arthur Rubinstein, Noturno, de Xópim”. Na hora, seu Sergio pegou o telefone e xingou quem atendeu: “Por que não dizem logo que é Shopping Center Iguatemi?”

Na escolha das mesas pra trabalhar era extremamente rigoroso. Sempre fazia uma pequena batucada no tampo da mesa. Se aprovasse a acústica e os graves, a mesa estava apta para ele trabalhar. E para usar a mesa como um grande instrumento de percussão, claro.

Ficou muito desapontado quando descobriu que as pessoas não tinham mais “a meia esquerda” e “a meia direita”, se é que isso algum dia existiu. Pra ele existia. E o fato de as pessoas vestirem aleatoriamente qualquer meia em cada pé explicava muita barbaridade por aí.

Mas a lembrança do seu Sergio com o aniversário do Frank Sinatra é porque sempre que Strangers in the Night encerrava com o “du bidu bidu”, ele dizia, com ar de desdém, “Eu faço um ‘du bidu bidu’ muito melhor do que ele.

Na madrugada do TOA então, o segundo melhor “du bidu bidu” do mundo.


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