Carlos Eduardo Lyra Barbosa nasceu no Rio de Janeiro, em
1936.
Um de seus primeiros instrumentos foi a gaita de boca. Montou a primeira Academia de Violão com o compositor
Roberto Menescal, por onde passaram Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda
Sá, entre outros. Participou da primeira geração da Bossa Nova junto com seu
parceiro Ronaldo Bôscoli, os também parceiros Tom Jobim e Vinícius de Moraes e
o intérprete João Gilberto, todos representados no LP "Chega de
Saudade", lançado em 1959.
Em 1957, começou a compor em parceria com Ronaldo Bôscoli. Lobo Bobo foi a primeira música composta pelos dois.
Certa feita, Bôscoli escreveu um poema e desafiou seu novo parceiro
a fazer a música. Lyra nunca tinha composto melodia para letra pré-elaborada,
mas aceitou o desafio. Se é Tarde me Perdoa, fruto dessa experiência, é um
samba-canção que caiu no gosto de vários nomes da MPB.
Denilson Monteiro, autor de “A bossa do lobo”, uma biografia
de Ronaldo Bôscoli, classifica a música como uma ode à indulgência de um amante
infiel.
Em 1991, Bôscoli dá mais uma prova de seu humor sarcástico, que não poupava nem a si próprio:
“A música mais parecida comigo é Se é Tarde me Perdoa, que
fiz com Carlinhos Lyra, pois eu sempre cheguei mentindo, cheguei partindo,
cheguei à toa. É o meu autorretrato”.
Se É Tarde Me Perdoa
Carlos Lyra / Ronaldo Bôscoli
Se é tarde me perdoa
Pois eu não sabia
Que você sabia
Que a vida é tão boa
Se é tarde me perdoa
Eu cheguei mentindo
Eu cheguei partindo
Eu cheguei à toa
Se é tarde me perdoa
Trago desencantos
De amores tantos
Pela madrugada
Se é tarde me perdoa
Venho só cansado
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