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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

MÚSICA NA SEXTA

Carlos Eduardo Lyra Barbosa nasceu no Rio de Janeiro, em 1936.

Um de seus primeiros instrumentos foi a gaita de boca. Montou a primeira Academia de Violão com o compositor Roberto Menescal, por onde passaram Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá, entre outros. Participou da primeira geração da Bossa Nova junto com seu parceiro Ronaldo Bôscoli, os também parceiros Tom Jobim e Vinícius de Moraes e o intérprete João Gilberto, todos representados no LP "Chega de Saudade", lançado em 1959.

Em 1957, começou a compor em parceria com Ronaldo Bôscoli. Lobo Bobo foi a primeira música composta pelos dois.

Certa feita, Bôscoli escreveu um poema e desafiou seu novo parceiro a fazer a música. Lyra nunca tinha composto melodia para letra pré-elaborada, mas aceitou o desafio. Se é Tarde me Perdoa, fruto dessa experiência, é um samba-canção que caiu no gosto de vários nomes da MPB.

Denilson Monteiro, autor de “A bossa do lobo”, uma biografia de Ronaldo Bôscoli, classifica a música como uma ode à indulgência de um amante infiel.

Em 1991, Bôscoli dá mais uma prova de seu humor sarcástico, que não poupava nem a si próprio:

“A música mais parecida comigo é Se é Tarde me Perdoa, que fiz com Carlinhos Lyra, pois eu sempre cheguei mentindo, cheguei partindo, cheguei à toa. É o meu autorretrato”.

 
Se É Tarde Me Perdoa
Carlos Lyra / Ronaldo Bôscoli
Se é tarde me perdoa
Pois eu não sabia
Que você sabia
Que a vida é tão boa
 
Se é tarde me perdoa
Eu cheguei mentindo
Eu cheguei partindo
Eu cheguei à toa
 
Se é tarde me perdoa
Trago desencantos
De amores tantos
Pela madrugada
 
Se é tarde me perdoa
Venho só cansado

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