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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

MÚSICA NA SEXTA

Henrique George (Jorge) Mautner nasceu no Rio de Janeiro, em 1941.

Compositor, cantor, instrumentista, poeta, escritor. Descendente de austríacos, na infância estudou violino com seu pai e, mais tarde, bandolim e piano. Em 1958, compôs sua primeira música, "Olhar bestial". Em 1962, publicou seu primeiro livro, "Deus da chuva e da morte", citado por Caetano Veloso em “Sampa”.

Em 1970, depois de uma temporada nos Estados Unidos, viajou para Londres, onde se aproximou dos então exilados Gilberto Gil e Caetano Veloso. Nesse ano, também dirigiu e atuou no filme “O Demiurgo”.

Em 1979, Caetano grava “O vampiro”, no disco “Cinema Transcendental”. Mautner gravaria essa música somente em 1988, no disco Árvore da Vida. Sobre esse disco o próprio Mautner fala:

“Este disco foi gravado em dois dias, mais ao vivo do que se fosse ao vivo. Foi produzido pela Pena Schmidt. Foi o primeiro disco brasileiro a usar o processo digital que estava se iniciando, em DAT, e que só permitia som direto. Não se podia acrescentar outro canal. Assim, o disco registra a sonoridade da parceria Jorge Mautner-Nelson Jacobina, num disco acústico apenas com violão e violino. Neste disco gravei pela primeira vez músicas como "Hiroshima-Brasil", "O Vampiro" e "Lágrimas Negras". A minha gravação de "O Vampiro", presente neste disco, foi o meu primeiro vídeo-clip.”


O Vampiro
Jorge Mautner
(Soy soldado revolucionario soy de aquellos de caballería
 Y me muere mi guapo en combate
 Ay hombre, da-me una tequila! Me sigo en la infantería)
Eu uso óculos escuros
 Para as minhas lágrimas esconder
 Quando você vem para o meu lado,
 As lágrimas começam a correr
Sinto aquela coisa no meu peito
 Sinto aquela grande confusão
 Sei que eu sou um vampiro
 Que nunca vai ter paz no coração
Às vezes eu fico pensando
 Porque é que eu faço as coisas assim
 E a noite de verão ela vai passando,
Com aquele cheiro louco de jasmim
E fico embriagado de você
E fico embriagado de paixão
 No meu corpo o sangue já não corre,
 Não, não, corre fogo e lava de vulcão
Eu fiz uma canção cantando
 Todo o amor que eu tinha por você
 Você ficava escutando impassível;
 Eu cantando do teu lado a morrer
Ainda teve a cara de pau
 De dizer naquele tom tão educado
"oh, pero que letra tan hermosa,
 Que habla de un corazón apasionado!"
Por isso é que eu sou um vampiro
 E com meu cavalo negro eu apronto
 E vou sugando o sangue dos meninos
 E das meninas que eu encontro
Por isso é bom não se aproximar
Muito perto dos meus olhos
 Senão eu te dou uma mordida
 Que deixa na tua carne aquela ferida
E na minha boca eu sinto
 A saliva que já secou
 De tanto esperar aquele beijo,
 Aquele beijo que nunca chegou
Você é uma loucura em minha vida
Você é uma navalha para os meus olhos
 Você é o estandarte da agonia
 Que tem a lua e o sol do meio-dia.

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