DO DELÍRIO COTIDIANO II

Cenas de um almoço em um simpático bistrô em Carbon Land, situado na phyna região da rodoviária da cidade.

Como em qualquer bistrô que se preze, não há buffet. O cardápio é um só, pitorescamente desenhado num pequeno quadro negro junto à calçada.

Um sujeito diz que não quer pepino na sua salada, em contrapartida queria mais um bife. Confusão no bistrô.

Outro estende o prato vazio pro dono, que também faz as vezes de garçom (sabem como funcionam esses bistrôs descolados de hoje em dia), exigindo mais comida. Aproveita e coloca no prato seu guardanapo usado e muito sujo. O dono do estabelecimento devolve o guardanapo pro cliente: “É um só.” Consciência ecológica é isso aí.

O garçom tira o prato da frente da cliente ao ouvir os gritos da cozinha: “Devolve! Devolve! Não é esse!” A cliente, já reclamando, diz que era aquilo mesmo que tinha pedido e o prato podia ficar. Veio outro grito da cozinha, provavelmente só pro garçom ouvir: “É mulé, no de homem é que a gente serve bastante!”