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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

DO DELÍRIO COTIDIANO

Hora do almoço. Restaurante lotado. Enorme fila no bifê. 

O sujeito da frente para e estuda detalhadamente a cor, o cheiro e a consistência de tudo o que é oferecido. Resolve não pegar o bolinho e vai ao prato seguinte. Serve-se de uma pequena porção, mas pondera, volta ao bolinho e pega uma unidade.

Em seguida, pega um pouquinho mais do que havia se servido anteriormente e passa ao próximo, do qual, depois de estudar novamente o cheiro, a consistência e a cor, resolve não se servir. 

A próxima estação é uma bandeja carregada de coxas de frango assadas. Ele toca, com o pegador, em várias, procurando uma que preencha os requisitos de seu gosto. Depois de se decidir, finalmente, por uma delas, não sem um ar de dúvida sobre a escolha, passa ao alimento seguinte, colocando, pacientemente, a comida no prato de forma estudada. Uma ou outra ervilha rebelde escorrega para um lado, mas ele reorganiza o que poderia se transformar em caos. É um momento dele...

Volta e meia, tenta voltar atrás, arrependido de não ter pego um pouco mais de lasanha, mas desiste, porque quem vem no vagão já está impaciente e tenta empurrá-lo para a frente com a cara emburrada. O que não o impede de, em algum momento, pedir licença, voltar e se servir um pouco mais da lasanha.

E la nave va...   

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