Vou escrever sobre uma implicância que tenho. Só pra variar.
Por ironia, a palavra “literal” foi perdendo – pelo menos é
o que percebo – seu sentido literal. Ouço muito de muilealevalerosenses: “Eu
literalmente DE-VO-REI o livro”. A não ser que o falante seja uma traça ou um insano,
é pouco provável que tenha, literalmente, comido o livro. E eu adoraria ver
essa cena. “O último Pondé estava excelente, ainda mais com um Miolo Seleção e vinagre balsâmico.”
Mas agora tenho notado uma coisa mais esquisita ainda. Todas as palavras então tendo seu sentido invertido. É claro que com entonação e contexto específicos. Mas não deixa de ser meio patético. Diante de alguém que comeu muito, se faz um comentário engraçadinho: “Come pouco ele”. Ou diante de um prato notadamente apetitoso: “Nem vou comer, deve estar ruim”.
Eu entendo que a língua é um instrumento ou sistema vivo e
blá e blá e blá. Mas eu acho estranho quando as palavras acabam tendo o sentido
invertido. Que eu me lembre, “pra variar” é o exemplo mais antigo. Quando a
gente diz que vai variar quer dizer que vai fazer a mesma coisa.
Mas agora tenho notado uma coisa mais esquisita ainda. Todas as palavras então tendo seu sentido invertido. É claro que com entonação e contexto específicos. Mas não deixa de ser meio patético. Diante de alguém que comeu muito, se faz um comentário engraçadinho: “Come pouco ele”. Ou diante de um prato notadamente apetitoso: “Nem vou comer, deve estar ruim”.
Eu também envelheço, envelheço...
“Diz que o paraíso já tá cheio, neném. Vou levar um lero com
o diabo antes que o inferno fique cheio também.”
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