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quarta-feira, 23 de abril de 2014

TEMPO DE DOCUMENTÁRIO

O filme mostra uma banda muito à frente do seu tempo, que se reinventava a cada apresentação.” A declaração é de Diego de Godoy, e está em reportagem da ZH online de hoje (23/04/2014) sobre nova leva de documentários sobre músicos brasileiros. A banda referida é maior e melhor do que os Mutantes. Isso, claro, na visão do vocalista da banda alvo do filme: DeFalla.

Afora ser um chavão sem tamanho, “muito à frente do seu tempo”, em termos musicais, não sei se é um elogio. A cada dia que passa a música fica mais pobre e com qualidade cada vez mais discutível.

O diretor prossegue na declaração sobre seu filme: “Por isso, o documentário também ficou meio assim, anárquico.” Sou um burocrata desalmado. E só pode ser por isso que não entendo direito esse tipo de declaração.

É claro que os trabalhos e as coisas têm naturezas diferentes. Mas vou usar um exemplo que está na vida de boa parte dos brasileiros nesta época do ano, a declaração de ajuste do imposto de renda. Imagine você entregar sua declaração de imposto e dizer assim pra Receita Federal: “Minha vida está um tanto complicada, por isso a declaração ficou assim anárquica.”

De qualquer maneira, seja sobre Proudhon, música ou suricatos, prefiro documentários não anárquicos. E aproveito pra lembrar o nome do documentário sobre Paulinho da Viola: Meu tempo é hoje.

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