“O filme mostra uma
banda muito à frente do seu tempo, que se reinventava a cada apresentação.”
A declaração é de Diego de Godoy, e está em reportagem da ZH online de hoje
(23/04/2014) sobre nova leva de documentários sobre músicos brasileiros. A
banda referida é maior e melhor do que os Mutantes. Isso, claro, na visão do
vocalista da banda alvo do filme: DeFalla.
Afora ser um chavão sem tamanho, “muito à frente do seu tempo”,
em termos musicais, não sei se é um elogio. A cada dia que passa a música fica
mais pobre e com qualidade cada vez mais discutível.
O diretor prossegue na declaração sobre seu filme: “Por isso, o documentário também ficou meio
assim, anárquico.” Sou um burocrata desalmado. E só pode ser por isso que
não entendo direito esse tipo de declaração.
É claro que os trabalhos e as coisas têm naturezas diferentes.
Mas vou usar um exemplo que está na vida de boa parte dos brasileiros nesta
época do ano, a declaração de ajuste do imposto de renda. Imagine você entregar
sua declaração de imposto e dizer assim pra Receita Federal: “Minha vida está um tanto complicada, por
isso a declaração ficou assim anárquica.”
De qualquer maneira, seja sobre Proudhon, música ou
suricatos, prefiro documentários não anárquicos. E aproveito pra lembrar o nome
do documentário sobre Paulinho da Viola: Meu tempo é hoje.
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