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segunda-feira, 1 de abril de 2013

A MESMA PRAÇA


Não faz muito tempo, contei a um sujeito do exterior que no centro da Mui Leal e Valerosa havia uma praça com muitas, digamos, peculiaridades, dentre elas, uma espécie de atendimento sexual expresso. Não era nada de muito gabarito, mas as responsáveis pelo serviço resolviam o problema de qualquer nego torto, de cegos, retirantes e da turma do cais do porto. Solucionavam, de forma rápida e barata, o problema de moleques e velhinhos sem saúde.  A Praça da Alfândega.

Coincidiu de eu ter que ir ao centro da cidade no sábado pela manhã. Pra quem conhece a Mui Leal, estava na esquina da Sete de Setembro com a Caldas Junior e queria tomar um chope no Tuim. Ou seja, precisava atravessar a praça. Me toquei por ali mesmo, estranhando, primeiramente, a falta dos “artesãos”. Pra quem não conhece, são profissionais de excelente gabarito que vendem camisetas com estampas serigrafadas do Jim Morrison e do Che Guevara. As mesmas estampas há anos. E atrás deles, nos bancos meio escondidos pela vegetação pouco cuidada, ficavam nossas prestativas amigas.

Agora, a vegetação deve ser aparada seguidamente. Nos bancos, estavam senhoras descansando (de manhã) com seus cachorrinhos, famílias tirando fotos dos monumentos, “criancinhas que não param de correr” atrás de pombos. Um nojo. Nenhum passarinho me reconheceu.
Além disso, esse ambiente parece que destaca o que chamam de “vocação cultural” da praça. Museus, Centros Culturais na sua volta. E sempre algo lembrando que por ali funciona uma feira do livro. Feira esta que se algum dia não acontecer, afunda a praça, pois os moradores da Mui Leal de-vo-ram livros e cultura. Normalmente, os livros mais vendidos da feira são de literatura densa e pesada, como pockets de receitas e “pílulas de saúde”. Se o passarinho além de não me conhecer fingisse que não me viu e cagasse em mim, eu não estranharia.

E, além disso, o Tuim tava fechado.

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