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terça-feira, 2 de abril de 2013

MANIFESTOS NA MUILEAL


Pra começar a conversa, eu acho a preço da passagem de ônibus na Muileal muito caro e o serviço prestado pelas empresas ruim. Muito ruim.
Já levei atraque (hoje não sei como se chama o ato de ser revistado pela polícia) e já dei minhas bandas em camburão.
Crédito: Ronaldo Bernardi/Agencia RBS
Por conta da idade, não combati a repressão e devo ser o único da cidade que não foi preso pelo DOPS. Tem gente com menos de 30 que já foi presa pelo DOPS. O fato de o órgão sido extinto no RS em 1982 é um detalhe.
Digo isso porque vi, aqui na esquina de casa, uma passeata que imagino tenha começado com um protesto contra o aumento do preço das passagens de ônibus na Muileal e deve terminar com algum outro frege no largo Zumbi dos Palmares. (E, claro, se estendendo pelos bares da região. Até a meia-noite, já a boêmia Muilel não permite que seus bares fiquem abertos até muito tarde. Mas isso é outro assunto).
Algumas coisas me chamam a atenção. Os policiais militares presentes – incluindo os que seguravam o trânsito pra garantir a passeata – eram ostensivamente provocados por alguns manifestantes, que, estranhamente, estavam encapuzados ou escondiam o rosto de alguma maneira. Mas qual o motivo das máscaras? Esconder o rosto por quê? Se a manifestação é justa – e acho que é – qual o motivo do medo? E tem que ter polícia sim, porque essa turma quebra coisas. Semana passada depredaram a prefeitura da Muileal.
Por enquanto, o único resultado prático de tais manifestações é justamente o atraso no trânsito dos usuários do transporte coletivo.
Há algumas semanas, também tivemos uma manifestação na cidade na qual as pessoas cobriam o rosto. E na ocasião ficava mais estranho ainda, porque cobriam o rosto e descobriam o resto do corpo todo! Quem quiser andar nu que ande, mas fazer um protesto mostrando a bunda e escondendo o rosto?
Certamente, são grupos distintos, uma vez que um é composto por gente que anda de ônibus (pagando metade da passagem, visto que são estudantes) e outro que anda de bicicleta.
O que, de certa forma, chega a ser um consolo. Imagine sair do serviço e ter que encarar um ônibus cheio de estudantes pelados e peludos depois de um dia inteiro de UFRGS.

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