FANTA

Me chamou a atenção noites dessas, jantando em um restaurante, que poucas mesas tinham cervejas, caipirinhas ou vinhos.

Tudo bem, era uma pizzaria dessas de rodízio, onde a turma vai para comemorar aniversário com suas famílias imensas, todos de jaqueta nova. Então, entendo que não tenha vinho. O vinho, além de caro nos restaurantes, vem sempre acompanhado de um monte de firula que só afugenta quem não está acostumado ou não gosta dessa frescura toda. (E estão tentando fazer a mesma coisa com cervejas, mas não conseguirão, esses degustadores e harmonizadores duma figa.) A cerveja não só é mais barata como é popular e gregária. Se presta a grandes encontros.

Mas, para minha surpresa, o consumo não só de refrigerantes, mas principalmente de fanta era enorme. E não apenas por crianças. Por homens. Homens velhos, barbados. Homens sérios, que certamente escutam Yes ou Genesis e aqueles teclados maravilhosos todos que não levam a lugar nenhum.

Uma coisa que já havia notado é que as pessoas que dizem com orgulho que não gostam de misturar comidas salgadas e doces para acompanhar o arroz e feijão normalmente pedem: “Uma fanta!”

Luiggi