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sexta-feira, 14 de junho de 2013

MÚSICA NA SEXTA


Provavelmente o filho mais ilustre de Cachoeiro do Itapemirim, Sérgio Moraes Sampaio, nasceu em 1947. Filho de um compositor, maestro e regente diletante, cresceu no meio musical. Seu primo, Raul Sampaio, integrou o Trio de Ouro e é o autor da canção “Meu Pequeno Cachoeiro”, sucesso na voz de um conterrâneo ilustre.

Seus primeiros ídolos na música foram Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio Caldas. Aos 16 anos, aprimorou-se no ofício de locutor, profissão que exerceu em Cachoeiro e que o fez ir para o Rio de Janeiro no final de 1967.

Em 1970, Sérgio já estava cantando em bares quando decide abandonar a vida de radialista e se dedicar totalmente à música, participando, sem muito êxito, em alguns festivais. Ainda em 1970, conhece Raul Seixas, então executivo da CBS, com quem dá início a um projeto de ópera-rock, que tem as letras vetadas pela censura do Regime Militar. O que restou dos cortes da censura viraram “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez”, disco do qual participam também Míriam Batucada e Edy Star.

Em 1973, lançou o primeiro LP, com o mesmo título de sua música de sucesso "Eu quero é botar meu bloco na rua", produzido por Raul Seixas, acompanhado por músicos como José Roberto Bertrami, Alexandre Malheiros, Ivan ("Mamão") Conti (que mais tarde formariam o Azymuth), Renato Piau e Wilson das Neves. Apesar da boa execução em rádio de "Cala a boca, Zebedeu" (de autoria de seu pai), "Odete" e "Viajei de trem", além das constantes aparições do artista em programas televisivos da época, o disco foi um fracasso de vendagens, estimadas, na época, em cerca de cinco mil cópias.
 



Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua

Sérgio Sampaio

Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval...
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender

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