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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

BHASKARA

Não aprendi muitas coisas no colégio. E me esqueci de quase todas. Mas algumas, inexplicavelmente, ainda insistem em guardar lugar nessa cabeça que pode explodir, irmão.

Uma delas é a regra de separação de sílabas. No tempo em que se usava máquina de escrever isso era importante. Não sei pra vocês que usaram máquinas de escrever, mas, pra mim, todo final de linha era uma tensão e um desafio. Não pela separação de sílabas, mas pra tentar deixar o texto “reto”, como se dizia. Depois veio o “Word” e descobri que o texto não devia ficar “reto”, mas justificado. E pra isso bastava selecionar tudo e apertar um botãozinho com algumas linhas horizontais (ou, pra quem, como eu, prefere usar atalhos de teclado do que o mouse, a combinação de teclas CTRL + J). E nunca mais precisei separar sílabas na minha vida. E tem gente que tem a coragem de me dizer que antigamente o mundo era melhor.


Também nunca entendi direito por que raios a gente precisava aprender MDC, MMC e outras coisas estranhas com números em um mundo em que já havia calculadoras. 

Essas aí já esqueci, se é que cheguei a aprender algum dia. Mas até hoje lembro da fórmula de Bhaskara: xis igual a menos bê mais ou menos raiz de bê ao quadrado menos quatro a cê sobre dois a

Sei que não sou o único a ter essa fórmula na ponta da língua. É bem comum alguém sabê-la, inclusive. O que pouca gente sabe é pra que ela serve. 

Não sei qual o fenômeno que acontece com ela. A fórmula pra se calcular força em newton é muito mais simples e não tem o mesmo prestígio. Deve ser pela forma e musicalidade da fórmula, que acaba sendo quase um versinho: xis igual a menos bê mais ou menos raiz de bê ao quadrado menos quatro a cê sobre dois a. A fórmula de Bhaskara é o triunfo da poesia sobre a matemática.

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