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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

FAIXAS

Existem muitas maneiras de demonstrar carinho e afeto por alguém. Por palavras ou gestos, tatuagens no antebraço ou na omoplata ou ainda tirando fotos fazendo coraçãozinho com as mãos.

Há quem prefira as faixas ou camisetas. E aí eu não entendo. Eu sei você vai dizer que eu não entendo muita coisa, e é verdade. Não entendo o Complexo de Golgi e nenhuma outra organela. Não entendo por que raios quem vai descer por último no ônibus fica cravado na porta de saída. E tantas outras coisas. Mas as faixas e camisetas com declarações carinhosas me intrigam deveras.

Na minha cabeça inocente e defasada, quando se quer informar algo para uma pessoa, a gente se dirige a ela. Por mail, SMS, Skype, telefone, fax e até mesmo, veja só, chamando pra uma conversa. Aí você diz que gosta, que se arrepende, parabeniza, enfim, dá o seu recado. Agora, escrever uma faixa endereçada a alguém que está no hospital e colocar em na rua: “Força, Dudu!” eu não entendo. Mande flores pro Dudu. Um cartão pro Dudu. O Dudu mal pode ir ao banheiro, imagina passear na praça e ver a faixa.

Dudu saiu do hospital e passou no vestibular: “Parabéns, Dudu!”. Dependendo da personalidade do Dudu ele vai estar comemorando a aprovação, de ressaca, ou já estudando. Não estará perambulando pelas calçadas pra ver a faixa. Dudu eventualmente se elege deputado e apronta alguma; “Fora, Dudu!”. Dudu estará em qualquer lugar do mundo, menos na janela observando protestos contra ele.

Enfim, não entendo porque eu preciso saber o que as pessoas pensam sobre o Dudu ou desejam pro Dudu.

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