Eu não sei se é submissão cultural, complexo de inferioridade,
deslumbramento ou delírio, meu, delírio. O fato é que nenhum brasileiro consegue ouvir algum falante
de língua espanhola - seja ele da Argentina, do México, da Espanha, de Miami,
ou de onde for - sem perceber isso como oportunidade única na vida.
Oportunidade não sei de quê, mas todos que estão na volta se viram em direção
ao hispano-falante com um sorriso no cérebro e falam a primeira coisa em
espanhol que lhes vêm à cabeça. Seja ela qual for. Você pode perceber
nitidamente que estão todos delirando. No mínimo.
O sujeito abre a boca e fala “Perdido en el corazón, de la
grande babylon” e basta. Em instantes é cercado por uma horda de educados e bem
intencionados: “humm” (em espanhol) “Mui biem”. Quem ficou pra trás não admite
preterição e ralha: “Jô tambiem ablo!”. É toda uma nação que se concentra.
E todos passam a falar nessa língua estranha e nunca mais entre si. O falante do espanhol é o alvo de toda fala. Turmas inteiras passam a falar nessa língua estranha. E já vi coisas interessantes, como quando uma moça disse que era casada e aproveitou para informar o nome de seu querido marido Zé: “Rocé”.
E todos passam a falar nessa língua estranha e nunca mais entre si. O falante do espanhol é o alvo de toda fala. Turmas inteiras passam a falar nessa língua estranha. E já vi coisas interessantes, como quando uma moça disse que era casada e aproveitou para informar o nome de seu querido marido Zé: “Rocé”.
Eu acho muito bonito a cortesia e a gentileza. O respeito, eu
acho muito lindo. Mas o problema é que colocamos sotaque nas palavras e achamos
que estamos falando espanhol. E parece que estamos subestimando o pobre
sujeito, e se a gente não falar nesse português histriônico ele não vai entender
nada e vai inclusive morrer de inanição sem ao menos tomar um copo de água. Mas
quem vem pro Brasil deve ter ideia de que língua se fala aqui. Eu acho.
Obs.: Pelo menos na região sul do Brasil é assim. Do Trópico
de Capricórnio pra cima realmente não sei como se dá esse fenômeno.
Aunque nosotros nos esfuerzamos para hablar tam muy hermosa lengua, lo pessoalcinho aja de riba, tiene por supuesto lo mismo trabarro; hassamos acá una abstracion:
ResponderExcluirMira: Fabiano says - kabron, (aí acho que vira meio nordeuchogentino), tu axas qui mi voi quedar pressas bandas sin levar a Sinhá Vitória, baleña e os minino? O rentinha!
Bueno, posto eso, vellamos.... hmmmm (o "hmmmm" pode se usar em qq idioma), sei lá no tengo opinião formada, mas acho que o fato de todo argentino se parecer um nobre ingles sem feudo, quem sabe es mas procimo da nobreza que podemos llegar?