Vivemos em liberdade, sem censura. Que coisa boa. Podemos
expressar claramente nossas opiniões sobre as mulheres que usam saias curtas,
sobre a D. Eva, sobre o Golpe (disse Golpe, e não revolução) de 1964, sobre as
quotas raciais nas universidades e concursos, sobre a isenção de tarifas nos
coletivos pra quem passou de 65 anos, sobre as bicicletas... Que beleza.
Mas, claro, a nossa opinião deve ser a favor da onda. Sempre politicamente correta. Sempre a favor das quotas, da D. Eva. É quase como preencher um cartão perfurado onde se muda uma indignação contra a sociedade ou o Estado aqui, um adjetivo a favor da artes ali.
Mas, claro, a nossa opinião deve ser a favor da onda. Sempre politicamente correta. Sempre a favor das quotas, da D. Eva. É quase como preencher um cartão perfurado onde se muda uma indignação contra a sociedade ou o Estado aqui, um adjetivo a favor da artes ali.
Eu, provavelmente, penso como a maioria. Sou um cidadão
médio, comum, como esses que se vê nas ruas. Mas essa pasteurização do
pensamento me incomoda. O espanto e o escândalo com o pensamento diferente – de
quem defende que cada um tenha seu próprio pensamento – é que me aborrece.
Vivemos em um tempo em que tudo alarma. E tudo ofende.
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