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sexta-feira, 5 de abril de 2013

"PROCURA NO GUGOL"

“Procura no gugol”. Você já deve ter escutado isso. E deve ter ficado brabo. E não vou nem falar das suas variações, como “Dá um gugol” ou o terrível “Joga no gugol”. Isso é outra história.

Você pergunta inocentemente pro colega do lado: “Como eu faço pra ir daqui até a Assis Brasil?” Ele, impiedosamente, responde: “Procura no gugol”. Ou, ainda, o que acho que é pior, pensando que tá dizendo uma grande novidade: “Olha no gugol.” Dessa maneira, a frase vem sempre com um largo sorriso de quem resolveu um grande problema na sua vida. E a cadeira vem sendo empurrada com a bunda pra ajudar na busca.


Mas será que alguém neste mundo desconfia que você não conhece o Google?? ? Será que não dá pra entender que quando você pergunta como faz pra chegar na Assis Brasil você quer um atalho, um comentário sobre a segurança na região, horário de maior transtorno ou até mesmo puxar um assunto.

Quando você pergunta como se faz um nó de gravata, não quer a resposta técnica, tantas voltas pra lá e tantas pra cá, como se fosse um cofre, além de levantar o queixo querendo olhar pro pescoço, como se não existisse espelho. Passa a ponta por baixo da mão, segura com a unha, levanta o cotovelo, encolhe a barriga e desfaz tudo porque deu errado. Isso o Google localiza, inclusive com figuras elucidativas. Você quer saber se sua gravata vai abafar ou lhe fazer ser a piada da festa.

Isso o Google não diz. E parece difícil de compreender. Talvez num tempo de delicadeza.

Luiggi

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