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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

MUNDO AFORA

Alguns integrantes do Greenpeace foram presos na Rússia ao invadirem   um navio-plataforma para protestar contra projetos de extração de petróleo naquela região. Isso foi o que eu entendi.

Entre os manifestantes está uma bióloga gaúcha. O que é razoável, se pensarmos os participantes do Greenpeace nasceram em algum lugar do planeta. E o Rio Grande do Sul faz parte do planeta. (Faz parte, mas não é o centro dele, como muitas vezes pensamos).


Eu não tenho falado com muita gente nos últimos dias, mas estou estranhando demais o fato de não aparecerem milhares de amigos da gaúcha. Sempre que alguém dessa especial região do mundo se destaca (seja pelo motivo que for: morte, prisão, prêmio Nobel) aparece uma quantidade imensa de ex-colegas, ex-vizinhos, ex-namorados.....

CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA

BABA O'RILEY - THE WHO - 1971

Sérgio Luiz Gallina

Baba O'Riley foi escrita por Pete Townshend e gravada no álbum Who's Next, de 1971. O título da canção é uma combinação dos nomes das influências filosófica e musical da obra, Meher Baba e Terry Riley. É a música-tema de CSI: New York e foi incluída nos trailers do filme da Disney/Pixar, Vida de Inseto (1998).

Foi ranqueada na 349ª posição da lista "The 500 Greatest Songs of All Time" feita pela revista Rolling Stone e também foi incluída no Rock and Roll Hall of Fame por aparecer na lista 500 Songs That Shaped Rock and Roll.




Out here in the fields
I fight for my meals
I get my back into my living
I don't need to fight
To prove I'm right
I don't need to be forgiven

Don't cry
Don't raise your eye
It's only teenage wasteland

Sally ,take my hand
Travel south crossland
Put out the fire
Don't look past my shoulder
The exodus is here
The happy ones are near
Let's get together
Before we get much older

Teenage wasteland
It's only teenage wasteland
Teenage wasteland
Oh, oh
Teenage wasteland
They're all wasted!

FRASE DO DIA

"A gordura localizada não é uma coisa ruim, desde que esteja localizada no corpo dos outros."
Anônimo

domingo, 29 de setembro de 2013

DO FUNDO DO BAÚ

The Lion Sleeps Tonight, também conhecida como "Wimba Way" ou "Wimoweh" (e originalmente como "Mbube "), é uma canção escrita e gravada pelo sul-africano Solomon Linda em 1939. 

A canção foi composta em isizulu, idioma banta dos povos zulu, e gravada por  muitos artistas populares, como The Weavers , Jimmy Dorsey , Yma Sumac , Miriam Makeba e The Kingston Trio . 



Em 1961, tornou-se um hit nos EUA ao ser adaptada para o inglês pelo grupo The Tokens. Em meados dos anos 1990, tornou-se um sucesso pop quando foi licenciada para os estúdios Disney para uso no filme O Rei Leão. O sucesso da música ocasionou, em 2004, uma batalha judicial desencadeada pelos descendentes de  Solomon Linda.


PENAS



Sinopse: Buscando uma explicação, um homem se depara com um história de medo, traição e ornitologia explícita. Adaptação de história em quadrinhos do cartunista brasileiro Laerte Coutinho, publicada em 1988. 

Gênero: Ficção
Subgênero: Comédia
Diretor: Paulinho Caruso

Elenco: Agustin Manuel Gasalla, Angeli, Cheesecake, David Leroy, Eduardo Parisi, Fabio Marcoff, Hugo Villa Vicenzio, Laerte, Marku Ribas, Paulo Caruso, Paulo Porto, Tommy German

Duração: 14 min
Ano: 2012
Formato: 35mm
País: Brasil
Local de Produção: SP
Cor: Colorido

LEITURA DE DOMINGO

ANTÔNIO MARIA


Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfália! É uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. 

Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha "de muito valor", professora de inglês, francês e alemão, mas "uma grande criadora de casos".Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. 

Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as "armas" com que vai comer, chama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa. O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando. 

Pede um filet e recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado de mais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação. 

Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede "isso" de sua magnífica solidão.

FRASE DO DIA

"Para o comerciante, até a honestidade é uma especulação financeira."
Charles Baudelaire

DAS MADRUGADAS

Chovendo na Roseira, com Oscar Castro Neves.

sábado, 28 de setembro de 2013

CORREIO DO CORVO

Morre Oscar Castro Neves, um dos precursores da Bossa Nova


  • Arranjador, compositor e violonista acompanhou Tom Jobim na lendária apresentação no Carneggie Hall, em 1962

  • Artista é considerado um dos principais responsáveis pelo sucesso internacional da Bossa Nova



O compositor, arranjador e violonista Oscar Castro Neves morreu nesta sexta-feira, aos 73 anos. Há meses tratando um câncer, ele passou o estágio final da doença em sua casa, em Los Angeles, segundo seu irmão mais novo, Pedro Paulo. Com os outros três irmãos — Iko, Léo e Mário — ele formou o conjunto Irmãos Castro Neves, um dos precursores na Bossa Nova, nos anos 1950.

— Conheci o Oscar quando ele tinha 16 anos. Naquela idade, ele já tocava muito bem. Sempre foi um músico excelente, não à toa estava fazendo uma carreira bem sucedida nos Estados Unidos e Japão. Seu papel na divulgação da bossa nova lá fora foi fundamental — afirma Roberto Menescal. — Mas do talento dele todo mundo sabe. Acho importante dizer que ele foi o cara mais carinhoso que eu conheci na vida.

Foi outro balanço — não o do mar e nem do barquinho — que levou Oscar Castro Neves a dar sua primeira grande contribuição à bossa nova — mesmo antes de o gênero ser estabelecido como tal. Aos 16 anos, durante uma viagem de ônibus, o então cavaquinista e também violonista começou a criar sua primeira canção. Ao chegar em casa, foi direto ao violão tirar a melodia que havia o tomado. Harmonia pronta, chamou o amigo arquiteto Luvercy Fiorini para criar a letra. "Cora tua tristeza" estava pronta. Era 1956, e o jovem compositor teria de esperar três anos até que Alaíde Costa fosse fisgada, durante uma sessão na casa de um amigo. A cantora, que havia acabado de lançar seu primeiro LP, “Gosto de você” (1959), começava ali a montar o repertório do seu segundo disco.


Pego de surpresa, Castro Neves bateu na porta da casa de Carlos Lyra, pediu à mãe do amigo que lhe indicasse as notas — o músico não dominava a partitura —, encomendou os arranjos ao amigo Nelsinho do Trombone e, passados 15 dias após a gravação, foi chamado ao estúdio para conferir o resultado.
“Quando ouvi aquelas cordas todas, foi uma emoção. Ouvir a minha música orquestrada!”, relatou o músico numa entrevista.

Por volta da mesma época, Castro Neves compôs outra música, com Ronaldo Bôscoli, “Não faz assim”, que foi gravada pelo conjunto Garotos da Lua, que João Gilberto havia integrado.

Nascido no Rio de Janeiro em 15 de maio de 1940, Oscar Castro Neves teve iniciação musical em casa, logo formando um quarteto com os irmãos Iko (baixo), Léo (bateria) e o mais velho Mário (piano). Conhecido como Os Irmãos Castro Neves, o conjunto chamava a atenção da zona sul carioca, em meados dos anos 1950. E quando Mário — incentivado pelos mais novos — tomou coragem e ligou para Tom Jobim, surpreendeu-se ao ouvir que o famoso músico e maestro já os conhecia e que dali a alguns minutos estaria na garagem onde eles ensaiavam.

Àquela altura, em 1956, Jobim tinha 30 anos e a influência de sua personalidade — musical, principalmente — foi determinante para a formação de Oscar entre seus 16 e 20 e poucos anos. Assim como João Gilberto, referência máxima da bossa nova e cuja famosa batida Castro Neves definia como um processo de “decantação” das diversas tramas rítmicas afro brasileiras. Daquele encontro com Jobim em diante, Oscar se tornou, aos poucos, um dos mais influentes músicos e arranjadores da bossa nova, com participação fundamental na disseminação do gênero nos Estados Unidos. Ao lado de Roberto Menescal, Carlos Lyra e outros, cuidou do acompanhamento musical de Tom Jobim e dos demais participantes da lendária apresentação no Carneggie Hall, em 1962.

Um dos líderes da invasão brasileira, seu trabalho chamou a atenção de grandes nomes do jazz, e Oscar passou a excursionar e dividir palcos com nomes importantes como o quinteto de Dizzie Gillespie, o trio de Lalo Schifrin, o quarteto de Stan Getz, além de músicos como Bud Schank, Ray Brown e Shelley Man. Ao retornar ao Brasil, em 1963, trabalhou sobretudo como arranjador, até volta para os Estados Unidos em 1967, como o quinto elemento do Quarteto em Cy. Com a volta do grupo ao Brasil, Oscar decidiu ficar, fazendo de Los Angeles sua cidade fixa. Ao lado de Sérgio Mendes e o Brazil 66, lançou mais de 15 álbuns, entre 1971 e 1981, quando deixou o grupo.

À frente de seu quarteto ou trabalhando em estúdio, Oscar acumulou uma enorme e impressionante lista de parcerias contribuições musicais, que inclui trabalhos com Yo-Yo Ma, Michael Jackson, Barbra Streisand, Stevie Wonder, Airto Moreira, Toots Thielemans, Herbie Hancock, Ella Fitzgerald, entre muitos outros. Obras próprias como “Color and light — Jazz Sketches on Sondheim” se destacaram entre os melhores lançamentos de jazz de acordo com publicações como a “Billboard” e a “Time Magazine”. O músico participou ativamente do tributo de Joe Henderson a Tom Jobim, que resultou no álbum “Double rainbow” (1994), que recebeu uma indicação ao Grammy, prêmio que iria conquistar logo em seguida ao participar do álbum “Soul of the Tango: The music of Astor Piazzolla”, gravado em parceria com violoncelista Yo-Yo Ma.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/morre-oscar-castro-neves-um-dos-precursores-da-bossa-nova-10191472#ixzz2gEdVM0bw 

CONHECIMENTO É TUDO

O filme O Tempo e o Vento, de Jayme Monjardim, estreou no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina no 20 de setembro, o precursor da liberdade. 

Na semana da estreia, o diretor do filme foi entrevistado em um programa de rádio da Muileal, e a a primeira pergunta feita por uma das entrevistadoras foi sobre o que o diretor do filme teria feito para que os atores, em sua maioria oriundos do centro do país, incorporassem o sotaque gaúcho. 

Monjardim, calmamente, explicou que no século XVIII, época do início da saga, não existia um sotaque gaúcho. O Rio Grande foi formado por índios, castelhanos e tropeiros paulistas, e, portanto, o sotaque, à época, seria uma mistura de tudo isso, com uma predominância do sotaque lusitano. 


Realmente, nós, os gaúchos, sabemos muito pouco sobre a nossa terra além daquilo que nos foi enfiado goela abaixo nas aulas de história e do oficialismo que nos foi impingido em nome de um tradicionalismo fabricado.

Várias vezes me vi envolvido em discussões a respeito desse tema, e quase sempre fui achincalhado, ofendido e chamado de "paulista", por não "respeitar" a tradição. Nessas ocasiões, sempre reagi perguntando por que a bombacha faz parte do traje do gaúcho e desde quando. Pouquíssimos souberam responder.

Realmente, como disse John Ford, em O Homem que Matou o Facínora, "Quando a lenda se torna fato, imprima-se a lenda".

PAUTA EXTRA


Pauta Extra 38. Gravado em 26/09/2013.
 

O JOGADOR SECRETO


O Jogador Secreto, do pintor belga René Magritte - conhecido como um dos mais famosos do surrealismo -, caracteriza-se por uma qualidade irreverente e onírica na qual objetos e indivíduos irreais interagem dentro de um espaço imaginário. A identidade do "jogador secreto" fica obscura, assim como grande parte dos nomes enigmáticos que o pintor dava a suas obras.

O observador admira a cena de trás de uma cortina vermelha que pode ser identificada à direita do quadro. A cortina é símbolo do fascínio de Magritte pela fronteira entre realidade e fantasia e separa a cena da realidade ao mesmo tempo em que sugere a simplicidade com que o oculto pode ser exposto.
 
 

O elemento mais misterioso da obra é uma mulher que encontra-se amordaçada dentro de um guarda-roupa. Como tema comum das obras surrealistas, a dominação fica evidente com essa figura. O sadomasoquismo sutil que a figura implica entra em choque com a ingenuidade juvenil presente no restante da composição. Sua presença faz referência à confusão de sonhos e à crença surrealista de que o desejo erótico está na base do subconsciente. A mordaça funciona como uma metáfora da supressão do desejo pela mente consciente.

O quadro mostra dois jogadores de beisebol que esperam um lançamento atrás do plano da imagem, enquanto uma tartaruga marinha nada acima deles com a cabeça parcialmente escondida por um dos diversos pinos que dominam a composição. Desses balaústres brotam alguns galhos de flores cor-de rosa, formando uma alameda de árvores mutantes que conduzem o olhar do primeiro plano para o fundo.

Vários desse balaústres assumem as curvas de uma ampulheta. Os pilares, claros e sem membros, parecem sugerir não só corpos femininos como também manequins, elemento muito frequente em obras surrealistas. Esse tipo de atributo humano transforma as figuras impassíveis em peças de zadrez que quartam a mulher amordaçada.  

3 detalhes de O Jogador Secreto se destacam:
 
1. Paleta fria:

Magritte escolheu uma paleta limitada, com tons netros de branco e cinza misturados com azul-cobalto, marrom-cru e preto. Poucos objetos na obra fogem à essa paleta fria e os que o fazem são evidentemente mundanos, como o bastão de beisebol em tom ocre.
 
2. Foco da composição:

Os uniformes brancos e limpos dos jogadores fazem um forte contraste com os tons de cinza dominantes no fundo, fazendo das figuras o foco da composição.
 
3. Formas:

O artista modela suas formas com cuidado, modificando as técnicas comuns para obter mais profundidade. Os elementos mais detalhados da obra são os galhos floridos que dominam a parede superior da tela. À medida que se afastam deles as pinceladas se tornam mais soltas.
 
Ficha Técnica - O Jogador Secreto:
 
Autor: René Magritte
Onde ver: Musées Royaux des Beaus-Arts, Bruxelas, Bélgica
Ano: 1927
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 152cm x 195cm
Movimento: Surrealismo

Com Universia Brasil

COVER DO SÁBADO

Muito foi composta por Caetano Veloso e gravada no disco "Muito (dentro da estrela azulada)", de 1978, décimo primeiro álbum de estúdio do cantor e compositor baiano.


Em 1979, a música foi incluída no disco de estreia de Marina - Simples Como o Fogo (WEA) - e ganhou mais destaque do que a gravação do autor.


FRASE DO DIA

"A vida me fode, não nos damos bem. Tenho que comê-la pelas beiradas, não tudo de uma vez só. É como engolir baldes de merda."
Charles Bukowski

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

COMEÇOU O RANÇO

Diz a Cléo-Why-So-Serious-Pires que usou, como inspiração para compor sua versão da personagem Ana Terra, uma trilha sonora à base de Barão Vermelho, Florence And The Machine e David Guetta.

Parabéns! Jamais imaginei a ‘heroína’ dessa forma: baladeira e chegada em músicas da moda.


E obrigada! Se me faltava algo, além do clichê escancarado que é ela ser filha da primeira interprete da personagem, para criticar a direção do filme e escolha do elenco, não falta mais.

DE POLÍTICA

Jornalista da Muileal resolveu largar suas atividades em rádio, jornal e TV para concorrer a uma cadeira na Câmara dos Deputados nas próximas eleições. 

O profissional de imprensa justificou a sua decisão dizendo, entre outras coisas, que "Brasília está cheia de tubarões e está na hora dos golfinhos chegarem."


Boa sorte, Flipper!

BATATAS

Recebi nos últimos dias dois ataques contra a batata – a inocente e prosaica batata  que considero ataque pessoal. Um deles é aquela conversa antiga, cantilena chata, de que tudo que se faz com batata se faz melhor com aipim. Outro é que a batata é um carboidrato vazio.

Por partes.

O aipim, pra começar a conversa, não tem nem personalidade. É conhecido como mandioca, macaxera, macaxeira. Sem falar na sua versão “brava”. A mandioca brava pode ser venenosa, levando até mesmo, em casos mais extremados, se não cozida direito, à morte.

A batata, além de ter só um nome, não mata ninguém. Pelo contrário. Quando o indivíduo está doentinho nada mais recomendável que um inocente purê de batatas. Certo, tem a batata-doce, mas aí é um parente. Muito simpático, por sinal.

O aipim, esse angiosperma que chega sempre cheio de terra na casa da gente, além de tudo, tem aqueles fiapos complicadores. E descascar o aipim então??

Não é de estranhar que nenhum restaurante tenha em seu cardápio “Filé com aipins”. Imagine aquele cestinho do McDonalds com aipim frito. E viajar de ônibus tomando Pepsi e comendo um saquinho de "aipim chips"?

E a batata “carboidrato vazio”? Ora, ora... Não basta todo o sabor, alegria, simplicidade e felicidade que a batata proporciona ainda tem que ter compromisso com as nutricionistas. Aí é querer demais.

A batata também, se fermentada adequadamente, faz uma vodca de boa qualidade. Quando a Europa foi assolada pela fome, quem saciou a fome do velho mundo? A batata. Matando fome e sede europeias. É possível dizer que sem batata não existiria o mundo civilizado de hoje e todas suas mordomias.

Machado de Assis e Van Gogh (autor do quadro que ilustra esse texto - "Os Comedores de Batata") estão do meu lado.

“Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

MÚSICA NA SEXTA

Jards Anet da Silva, Jards Macalé, nasceu em 1943, no Rio de Janeiro.

Filho de músicos (pai acordeonista e mãe pianista), foi influenciado desde cedo por valsas, foxes e os batuques do morro.

Quando foi morar em Ipanema, ainda criança, ganhou o apelido de Macalé, atleta do Botafogo e considerado o pior jogador de futebol da época.

Em 1959, fundou o conjunto Dois no Balanço com o amigo Chiquinho Araújo, baterista. Foi aluno de Guerra Peixe (piano e orquestração), Peter Daulsberg (violoncelo), Ester Scliar (análise musical), Turíbio Santos (violão) e Jodacil Damasceno (violão). Estudou composição na Pró-Arte.

Em 1988, a convite da Funarte, grava junto com Dalva Torres o disco Peçam Bis, com músicas de Ismael Silva. Entre outros sucessos de Ismael, o disco tem a música “Antonico”, feita no final dos anos 1940, quando Alcides Gerardi lançou esse que é um dos sambas mais belos de sua obra. É muito provável que “Antonico” seja o próprio Ismael, que à época da composição passava por forte dificuldade financeira.
"Antonico" foi gravada por grandes nomes da música, como Gal Costa, Benito di Paula e Gato Barbieri. Aqui, a versão de Jards Macalé.

Antonico
Ismael Silva
 Antonico, vou lhe pedir um favor
 Que só depende da sua boa vontade
 É necessário uma viração pro Nestor
 Que está vivendo em grande dificuldade
 Ele está mesmo dançando na corda bamba
 Ele é aquele que na escola de samba
 Toca cuíca, toca surdo e tamborim
 Faça por ele como se fosse por mim
 Até muamba já fizeram pro rapaz
 Porque no samba ninguém faz o que ele faz
 Mas hei de vê-lo muito bem, se Deus quiser
 E agradeço pelo que você fizer

FRASE DO DIA

"Minha vida é um livro aberto. Ligeiramente pornográfico, talvez, mas aberto." 

Billy Wilder

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

SALA DE VIDRO

Cinco pessoas trabalhando em uma sala envidraçada. Como se fosse um aquário. Na sala tem telefone. Todas as pessoas ali estão conectadas na internet, com email, Skype etc. A porta da sala está fechada, mas não chaveada. Inclusive, na porta, há um cartaz, de bom tamanho, onde está escrito: “Entre sem bater”.


Por que razão alguém bate no vidro pra chamar UMA das pessoas da sala? Não dava para usar qualquer uma das outras alternativas de comunicação? Será que quem bateu pensa que a batida dele vai ser escutada somente pelo seu alvo? E o sorriso feliz quando todos o olham e ele fica com cara abobalhada apontando somente para uma das pessoas?

Por favor, por favor...

GAL COSTA

Gal Costa completa 68 anos hoje.

 

PAUTA EXTRA

Pauta Extra 37. Gravado em 24/09/2013.
 

LIXO

Por que será que em uma empresa ninguém respeita a individualidade do lixo? Me refiro ao “hardware”, o cesto de colocar lixo. Ele está ali, quietinho. Jaz tranquilamente perto do seu pé. Você afasta ele momentaneamente de baixo da mesa pra colocar algum papel (reciclado e usado dos dois lados e rabiscado em todos os espaços em branco, já aviso, para evitar as patrulhas).

Você esquece de dar um pontapé e devolver o cesto para baixo da mesa (Correria! Correria!). Bastou. Alguém vai atirar um chiclete ali. Aquela gominha mascada e descolorida e babada vai parar ali num piscar de olhos. E vai grudar de uma maneira que no fim do dia será preciso algum esforço extra para tirá-la dali.

Novo vacilo. Um copo de café é atirado no cesto. E o café não foi bebido até o final. Como ele foi jogado ali à socapa e à sorrelfa, rapidamente, há respingos de café pelo lixo inteiro. É questão de minutos para o apetitoso aroma de café frio inundar o ambiente.

Pausa para banheiro, mais um cafezinho. Ploft. A turma da frutinha mandou uma casca de banana no seu lixo seco. Por que as coisas mais fedidas do escritório vão sempre parar no seu lixo?

Tudo bem. São as coisas do ambiente corporativo. É melhor ir até a janela respirar um pouco, afinal, com esse frio, pra que ligar ar condicionado? Mas aí já é outro assunto...

ÁLBUM DA QUINTA

SNEGS - SOM NOSSO DE CADA DIA - 1974

O Som Nosso de Cada Dia foi um grupo de rock progressivo formado por Manito, Pedrão, Pedrinho e Egídio Conde em São Paulo no início da década de 1970. Bastante influenciado pelo Pink Floyd, o grupo atravessou a década com várias formações, tendo na primeira a participação de Liminha (ex-Mutantes). Manito, (ex-The Clevers e Os Incríveis) só participou da primeira formação, deixando o grupo em 1975. No ano de 1976, lançou o LP "Som Nosso de Cada Dia". Logo depois, encerrou as atividades.


Em 1974, pela Continental, o grupo lançou o LP Snegs. O disco foi gravado e mixado em 1973 em apenas sete dias e com grande precariedade de equipamentos de estúdio. Considerado por muitos como o mais fantástico disco de rock progressivo nacional, é um item absolutamente obrigatório na coleção de qualquer fã do gênero.


Todas as músicas do álbum são excelentes, mas “Sinal da Paranóia”, “Bicho do Mato”, “Massavilha” e “Dirección de Aquarius” merecem destaque.


Lado 1
1. Sinal da Paranoia (Cimara - Pedro Baldanza)
2. Bicho do Mato (Gastão Lamounier)
3. O Som Nosso de Cada Dia (Paulinho - Pedro Baldanza)
4. Snegs de Biuffrais (Paulinho - Pedrão - Pedro Baldanza)

Lado 2
1. Massavilha (Paulinho - Pedro Baldanza)
2. Dirección de Aquarius (Paulinho - Pedro Baldanza)
3. A Outra Face (Paulinho - Pedro Baldanza)


Manito - teclados, sopros
Pedrão - baixo, guitarra
Egídio Conde - guitarra
Pedrinho - bateria

FRASE DO DIA

"Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita."
Carlito Maia

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PROMOÇÃO

CRIATURAS QUE O MUNDO ESQUECEU

Gilson de Souza (Marília, São Paulo) fez sucesso em 1975 com a música Pôxa, considerado um dos mais belos sambas da época e posteriormente regravado por Elymar Santos e por Zeca Pagodinho. 

Não ficou conhecido apenas no Brasil. Fez shows na Espanha, em Portugal, na França e no Japão. Gravou dois LPs e teve suas composições regravadas por intérpretes famosos. Também ganhou prêmios importantes, como o Troféu Imprensa.

Atualmente, é conselheiro da SICAN, uma empresa que arrecada dinheiro para direitos autorais. Ainda é empresário de uma jovem cantora chamada Daniele Cintra. Continua gravando e fazendo shows por todo o país. (Wikipedia)


Pôxa
Gilson Campos

Pôxa,
Como foi bacana te encontrar de novo
Curtindo um samba junto com meu povo
Você não sabe como eu acho bom

Eu te falei que você não ficava nem uma semana
Longe desse poeta que tanto te ama
Longe da batucada e do meu amor

Pôxa,
Por que você não pára pra pensar um pouco?
Não vê que é motivo de um poeta louco
Que quer o teu amor pra te fazer canção

Pôxa,
Não vem com essa de mudar de assunto
Não vê como é gostoso a gente ficar junto
Mulher o teu lugar é no meu coração

ALMOÇANDO II

Já falei aqui do fenômeno do almoço em bando. Quer dizer, em grupo, confraternizando com os colegas.

Mas nem sempre é assim. Às vezes chove. E a partir das 8h30min, alguém levanta a questão: “Será que vai estar chovendo ao meio-dia?”. Depois de aplacado o rebuliço de frases repetidas do programa que cada um viu ou ouviu pela manhã, vem a ideia criativa: “Bem que a gente podia pedir uma ‘tele’, né?”. Novo burburinho. Alguém diz que não, pois precisa buscar o filho no colégio, outro diz que faz “HO-RAS” que pensa em pedir uma “tele” no escritório. Muitos gritam nomes de restaurantes aleatoriamente.


A tele-entrega é uma das invenções mais felizes desde o telefone, a motoca, o fogão e a preguiça de alguém com dinheiro pra pagar por esse conforto. Mas é claro que a mesma raça que inventou essa facilidade complicou a decisão do pedinte com o variado leque de opções. E é sabido que quando se tem fome, se quer comer de tudo. E em um escritório todos sempre têm fome.

A mesma complicação da escolha do restaurante em dias ensolarados se transfere para o catálogo telefônico (ok, gugol, sou antigo).“Bauru!” gritam alguns. “Lanche não!”. “Pizza! Pizza!”. “Galeto!”. “Costela!”. E claro que todos os gritos são rechaçados com os mais variados argumentos: “Engorda!”, “Deixa cheiro!”, “É muito caro!”. 

A turma da pizza se fortalece e sai vencedora. E é incrível que todos tenham que pedir a mesma comida. “Ok, pizza.” E agora, de onde? Nova confusão, alvoroço, panfletos voam pelo ar. Certo, decidiu-se por uma pizzaria muito boa. O fato de ficar no outro lado da cidade é um detalhe. “Qual sabor?” Agora a turma da pizza ganha dissidências. Alguns ponderados ou conciliadores optam pela tradicional meia mussarela meia calabresa. De qualquer maneira, sempre alguém pede calabresa e é sempre a que mais sobra.

Já são 11h45min. Até conseguir uma ligação e explicar todas as formas de pagamento (vale-alimentação, dinheiro, uns vales da pizzaria, cheque, visa, mastercard e alguém ainda não sabe como pagar porque esqueceu a carteira no carro), é meio-dia. Como toda a cidade resolveu pedir tele-entrega por causa da chuva, o pedido só vai chegar perto das 13h. Com sorte. 


Quando chega, alguns avançam e começam a comer com a mão mesmo. Alguém aparece com prato pra todo mundo: “Depois cada um lava o seu!”. É claro que ninguém lava. Pelo menos não com seriedade. Os pratos carregam restos de pizza de seis ou sete chuvas atrás. E sempre fica algum misteriosamente na pia.

O cheiro de calabresa com cebola fica a tarde inteira no escritório. Só melhora quando alguém chega borrifando aromatizante pra todo lado. Aí fica bom: calabresa, cebola e lavanda. E a caixa da pizza nunca cabe no saco de lixo.

Nada como um almoço com os colegas.

GRANDES FRASES DE GRANDES FILMES

- "Bond. James Bond."


007 (Sean Connery) - Dr. No (007 Contra o Satânico Dr. No) - 1962

FRASE DO DIA

"Se as mulheres não exisitissem, todo o dinheiro do mundo não teria sentido."
Aristoteles Onassis

terça-feira, 24 de setembro de 2013

PAUTA EXTRA


Pauta Extra 36. Gravado em 23/09/2013.
 

BREGA CHIQUE

Odair José de Araújo (Morrinhos, 16 de agosto de 1948) começou como crooner, na adolescência, até os 17 anos, quando começou a compor. Nos anos 70, suas composições tiveram influências da música caipira americana. Excursionou pelo country de raiz de Hank Williams e Johnny Cash em seus primeiros discos. Em 1972, sua música "Cristo quem é você", foi gravada pelo próprio Odair José, com arranjos de Zé Rodrix e com a participação do Som Imaginário. Cinco anos depois, fez uma ópera-rock na música "O Filho de José e Maria", chegando a ser rotulado como o "Bob Dylan Brasileiro".

A partir dos anos 70, consagrou-se no estilo que, mais tarde, seria rotulado de brega, com forte apelo popular. Sua canção "Uma Vida Só", conhecida popularmente pelo refrão "pare de tomar a pílula", foi censurada pelo governo brasileiro pelo suposto entendimento de que a canção fazia propaganda contrária à distribuição das pílulas para o controle de natalidade.

Foi um dos compositores de maior sucesso da música brasileira e um dos mais censurados pela ditadura, por causa de suas canções de forte apelo social. Hoje, é considerado cult.

A música Eu Tenho, de Rossini Pinto, foi gravada no LP Odair José, de 1970 (CBS).


Eu tenho
Um quadro todo moderninho
Que foi pintado com carinho
Presente de um amigo meu

Eu tenho
Uma jaqueta tão surrada
Que há tanto tempo está guardada
Mas hoje à noite vou usar
Eu tenho, a solidão maior do mundo
Uma saudade que me adora
E não me deixa sossegar
Eu tenho, tanta vontade de chorar
Uma tristeza permanente
Eu tenho tanto amor pra dar

Eu tenho
O meu diário tão amigo
Pois ele sempre está comigo
Lembrando tudo o que passou

Eu tenho
Uma lembrança de tão longe
Foi quando conheci um monge
E um talismã ele me deu

Eu tenho, a solidão maior do mundo
Uma saudade que me adora
E não me deixa sossegar

Eu tenho, tanta vontade de chorar
Uma tristeza permanente
Eu tenho tanto amor pra dar.


(wikipedia)

PRIMEIROS PARAGRAFOS INESQUECÍVEIS

"Ela estava nua, deitada de bruços na areia do deserto, com as pernas abertas, os cabelos longos esvoaçando ao vento e a cabeça inclinada para trás, com os olhos fechados. Parecia perdida em seus pensamentos, longe do mundo, reclinada naquela duna varrida pelo vento da Califórnia, perto da fronteira mexicana, adornada com nada mais que sua beleza natural. Não usava jóias, nem flores no cabelo; não havia pegadas na areia, nada datava ou perturbava a perfeição daquela fotografia, exceto os dedos úmidos do garoto de dezessete anos que a segurava e a olhava com desejo e luxúria adolescente.”

Gay Talese - A Mulher do Próximo - 1980

CLARO

Acho muito bacana quando alguém responde alguma pergunta com a expressão “É claro”. Ela pode ser substituída por “é óbvio”. Mas “é óbvio” normalmente conta com a cumplicidade do interlocutor. “É claro” geralmente pega o perguntador inocente desprevenido. Como se tivesse perguntado a coisa mais idiota do mundo e merecesse não só uma resposta cretina mas uma lição de moral.

O “é claro” é uma expressão elíptica, pois sempre vem subentendido “seu idiota” depois dela. Como se quem pergunta devesse dominar todos assuntos que o perguntado domina ou imagina. E deixa sempre aquela sensação de que a gente não deveria nem sequer ter nascido, quanto mais passar na frente da pessoa. E muitas vezes se pergunta apenas para ser simpático: “Ah, mas que bacana seu computador novo. Windows 8?” “É claro que não, só uso sistema operacional de código aberto.”

Mas como você não adivinhou isso antes?