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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

CELULAR

Ouço críticas fortes e veementes sobre os preços da telefonia móvel. Eu falo pouco no telefone. Não ligo pra ninguém e ainda menos gente me liga. Se as operadoras de telefonia dependessem de mim, iriam à breca.

Mas não pode estar tão caro assim. (Pra não falar no sinal ruim, já que o que mais ouço falar é que bandidos comandam o crime de dentro das cadeias e por telefone celular.)

Ontem eu estava em um ônibus desses com poltrona reclinável, ar condicionado garantindo temperatura civilizada, TV na sessão da tarde. E o ônibus estava praticamente vazio, três pessoas, contando comigo. Ou seja, tudo em paz.

Havia 44 lugares vazios, mas uma senhora decide que precisa sentar imediatamente atrás de mim. Eu não consigo entender isso, mas matei no peito, segui firme, quieto. 

Ela saca o celular e começa a fazer ligações pra todos os seus parentes e contar sobre as churrascadas da família no final de semana anterior. Não adiantou mudar de lugar, acho que todos parentes dela eram surdos pela forma que gritava ao telefone.

Dos trinta e poucos minutos que fiquei no ônibus ela ligou prum monte de gente (inclusive pra onde estava indo) pra falar a mesma coisa. Sem dar nenhuma importância pra ninguém.

E já vi gente ligando do mercado e perguntando: “Mô, precisa levar ervilha?”

Decididamente, o preço não pode estar tão alto assim.

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