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segunda-feira, 9 de março de 2015

A LETRA DOS OUTROS

Resumo pra quem não viu nada a respeito: Existe um movimento nas redes chamado #aletradaspessoas. São pessoas tristes por não conhecerem a caligrafia uns dos outros. Dos seus miguxos. E de não receberem mais cartas e mimimi. Vicejam fotos no Instagram com textos manuscritos por aderentes ao movimento. Deve ter bastante pelo feicebuque também. O Correio Braziliense, inclusive, publicou uma reportagem a respeito.

Cada qual com sua carência e ocupação, mas se tem uma coisa que eu não sinto falta de conhecer é a garatuja de alguém. A não ser que o sujeito seja “do tipo de certas coisas que já não são comuns nos nossos dias, cartas de amor, beijo na mão, muitas manchas de batom daquele amasso no portão” preferir uma carta a um e-mail é mais ou menos como ter um caminhão e carregar a carga nos ombros.

Mas pelo que me consta, os adeptos do movimento escrevem alguma coisa (da Clarice Lispector, certamente), fotografam e postam nas redes. Estranho que ninguém se animou a escrever a carta, passar a limpo, comprar um envelope, ir até uma agência do Correio e pagar pra mandar a missiva e esperar uns dias pra receber a resposta. Estranho.

P.S.: Espero que Roberto Carlos não leia a edição de hoje do TOA; ele pode magoar com a citação de sua canção e mandar tirar esse importante post do ar.

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