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sexta-feira, 20 de março de 2015

MÚSICA NA SEXTA

Osvaldo Lenine Macedo Pimentel nasceu em Recife, em 1959.

Lenine (assim chamado por conta de uma homenagem do pai socialista ao líder soviético) demonstrou interesse pela música ainda criança. Na época, seu objeto de desejo – o violão da irmã mais velha – era tocado clandestinamente, quando conseguia roubar a chave do armário onde ficava guardado o instrumento.

Entre a missa com a mãe católica e as audições de discos com o pai, aos oito anos Lenine adquire o direito de optar sobre a programação dos domingos. Escolhe a música, que ia do folclore russo e Tchaikovsky a Dorival Caymmi e Jackson do Pandeiro. Aos 17 anos, fã do rock’n'roll e já impactado pela sonoridade do Clube da Esquina, ingressou na faculdade de Engenharia Química. Na época, começa a fazer suas primeiras composições.

Aos 20 anos, tranca o curso e vai morar no Rio de Janeiro, dividindo a casa e o sonho de viver de música com outros amigos e também compositores. O grupo passa a viver em Botafogo, na chamada Casa 9, famosa por ter sido moradia de Luis Carlos Lacerda (Bigode), Jards Macalé e Sônia Braga. Depois, Lenine finalmente radicou-se na Urca, onde reside até hoje.

No Rio, Lenine participa do festival MPB 81, promovido pela TV Globo. Em 1983, gravou com Lula Queiroga seu primeiro LP, Baque Solto (Polygram), a convite de Roberto Menescal. Nesse período, também trabalha como violonista de Danilo Caymmi.

Em 1999, Lenine lança Na Pressão (BMG),  que produziu ao lado de Tom Capone. Este trabalho ganhou o prêmio APCA de “Melhor álbum de música popular”, figurou na lista de melhores discos em vários países e vendeu mais de 40 mil cópias somente na França.

É deste disco a música Paciência.


Paciência
Lenine

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo
Que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo
Pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara

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