O empresário Jac Holzman, que participou do nascimento do
grupo, é o criador do recurso interativo para iPad
O Estado teve acesso ao app do The Doors, que apresenta as
várias fases da banda através de artigos, arquivos, fotos, vídeos e clipes em
formato jukebox dos anos 70. É uma pioneira combinação saudável de livro,
música e interatividade - poucos se aventuraram em tal formato no iPad. E
apresenta algumas boas surpresas, como o período mais polêmico da banda,
conhecido como o "Incidente de Miami", em 1969, contado por meio de
bem bolados quadrinhos, feitos pelo filho de Holzman, com trechos de áudio e
até um dossiê do FBI.
"Exploramos os cofres da Warner e várias outras fontes e encontramos fotos raras, entrevistas inéditas e vídeos de bastidores", explicou, sobre o app que traz também letras de música, artigos do jornalista da Rolling Stone David Fricke, sincronia com a livraria de músicas do usuário e uma lista interessante dos instrumentos usados pela banda em estúdio. "Claro que você pode dar um google em toda esta informação, mas, além do trabalho de procurar, não há interatividade e sincronia alguma", defendeu. "Esse App é um quebra-cabeças de 1.500 peças, em 3D, elegantemente pré-montado", resumiu. "A beleza aqui é que você pode desconstruí-lo e ir para onde mais te interessa."
Holzman gastou um ano e meio desenvolvendo o app oficial da
banda, em conjunto com a produtora britânica Brandwith, responsável também pelo
excelente e-book do Led Zeppelin lançado em abril. Ele confessou que o
interesse de criar o app veio de uma visita ao escritório de um dos executivos
do grupo Warner. Lá, notou que vários box-sets permaneciam intactos em cima de
uma mesa. "A caixa era talvez mais atraente que a própria música que
estava dentro", ironizou. "Esses box-sets são maravilhosos, pois você
tem CDs, DVDs, talvez LPs, textos e fotografias, mas eles nunca se complementam
- o CD não sincroniza com o texto ou as fotografias, e isso não faz sentido
algum", disse.
Sobre a animadora possibilidade de apresentar a banda para a
nova geração, Holzman se mostrou entusiasmado. "O The Doors não é um grupo
dos anos 60: é uma banda que não envelhece", disse. "A página do
Facebook tem 12 milhões de seguidores e, com o lançamento do app, em um mês
ganhamos milhares de fãs, o que é muito difícil de fazer em música",
explicou.
Do site Estadão
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