"Aos 16 anos matei meu professor de lógica. Invocando a
legítima defesa – e qual defesa seria mais legítima? – logrei ser absolvido por
cinco votos a dois, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha
estado em Paris. Deixei crescer a barba em pensamento, comprei um par de
óculos para míope, e passava as noites espiando o céu estrelado, um cigarro
entre os dedos. Chamava-me então Adilson, mas logo mudei para Heitor, depois
Ruy Barbo, depois finalmente Astrogildo, que é como me chamo ainda hoje, quando
me chamo."
A Lua Vem da Ásia - 1956 - Campos de Carvalho
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