Páginas

sexta-feira, 3 de maio de 2013

MÚSICA NA SEXTA

Eduardo de Góes Lobo nasceu no Rio de Janeiro, em 1943. Filho do compositor Fernando Lobo (Chuvas de Verão, Nega Maluca, Ninguém me Ama), estudou acordeão dos 8 aos 14 anos, quando se interessou por violão, recebendo as primeiras lições de Theo de Barros, seu amigo de infância. Cursou até o terceiro ano de Direito.

Iniciou sua carreira como músico profissional em 1961, tocando em boates ao lado de Marcos Valle e Dori Caymmi.

Em 1962, grava seu primeiro compacto, com composições suas influenciadas pela bossa nova e cujo texto de contracapa foi assinado por Vinicius de Moraes. Em seguida, sob a influência de Sérgio Ricardo, João do Vale, Carlos Lyra e Ruy Guerra, passou a trabalhar também uma temática mais social.

Em 1964 tem uma música incluída no espetáculo Opinião. É convidado por Gianfrancesco Guarnieri para compor a trilha sonora de "Arena conta Zumbi", peça teatral dele e Augusto Boal.

Venceu, em 1965,  o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior), com "Arrastão" (com Vinicius de Moraes), defendida por Elis Regina.

Também venceu o III Festival da Música Popular Brasileira (TV Record), com "Ponteio" (com Capinam), que interpretou com Marília Medalha, o grupo vocal Momento Quatro e o Quarteto Novo, formado por Hermeto Pascoal, Theo de Barros, Airto Moreira e Heraldo do Monte. Tinha como concorrentes Alegria, Alegria, Roda Viva, Domingo no Parque, e a deslocada Maria, Carnaval e Cinzas.

Ao ganhar esse festival, Edu Lobo aceitou a primeira proposta que teve para tocar fora do Brasil, desgostoso e temeroso com o rumo que tomavam as carreiras do participantes de festivais. Chegou a dizer que se sentia um cavalo em que as pessoas apostavam para ver quem levaria o primeiro prêmio.


Edu Lobo é autor de várias músicas memoráveis, entre elas Lero Lero, Corrida de jangada, Viola fora de Moda e toda sua parceria com Chico Buarque.
Em 1981, Edu estava gravando um LP em que receberia diversos convidados. O primeiro foi Tom Jobim. O produtor Aloysio de Oliveira sugeriu que os dois dividissem inteiramente o disco. E assim fizeram o disco “Edu & Tom, Tom & Edu”, que entre tantas belas canções, tinha Vento Bravo, de Edu e Paulo César Pinheiro.
Vento Bravo
Era um cerco bravo, era um palmeiral,
Limite do escravo entre o bem e o mal
Era a lei da coroa imperial
Calmaria negra de pantanal
Mas o vento vira e do vendaval
Surge o vento bravo, o vento bravo
Era argola, ferro, chibata e pau
Era a morte, o medo, o rancor e o mal
Era a lei da Coroa Imperial
Calmaria negra de pantanal
Mas o tempo muda e do temporal
Surge o vento bravo, o vento bravo
Como um sangue novo
Como um grito no ar
Correnteza de rio
Que não vai se acalmar
Se acalmar
Vento virador no clarão do mar
Vem sem raça e cor, quem viver verá
Vindo a viração vai se anunciar
Na sua voragem, quem vai ficar
Quando a palma verde se avermelhar
É o vento bravo
O vento bravo
Como um sangue novo
Como um grito no ar
Correnteza de rio
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário