Do site da Folha
Pouco mais de um mês após a polêmica, ele responde com o "Tribunal do Feicebuqui", EP com cinco músicas e participações do rapper Emicida, das bandas O Terno e Trupe Chá de Boldo, do músico Tatá Aeroplano e da Filarmônica de Pasárgada.
"Me misturaram com uma porção de crianças vigorosas,
parecia que eu estava no tempo da Tropicália", diz Tom Zé.
Com disco "Tribunal do Feicebuqui", Tom Zé rebate
críticas por fazer comercial
LUCAS NOBILE
DE SÃO PAULO
Em março passado, Tom Zé se viu envolvido em uma polêmica
após ter feito a locução de um comercial da Coca-Cola, um dos patrocinadores
oficiais da Copa do Mundo do Brasil.
Na propaganda, ele dizia: "O Brasil é o país de todo
mundo, o futebol é o esporte de todo mundo e a Coca-Cola é a bebida de todo
mundo".
Após emprestar a voz ao vídeo, foi alvo de críticas em redes
sociais.
Pouco mais de um mês após a polêmica, ele responde com o "Tribunal do Feicebuqui", EP com cinco músicas e participações do rapper Emicida, das bandas O Terno e Trupe Chá de Boldo, do músico Tatá Aeroplano e da Filarmônica de Pasárgada.
Tom Zé, que doará o cachê para banda de Irará,
na Bahia Foto Zanone Fraissat/Folhapress |
No disco, o compositor divide autoria e interpretação de
canções ácidas, como a que batiza o EP. A faixa (assinada por ele, Marcelo
Segreto e Gustavo Galo), traz versos como "Tom Zé mané/ Baixou o tom/ Baba
baby/ Bebe e baba/ Velho babão", além do provocador e irônico "Que é
que custava morrer de fome só pra fazer música?".
Além do tema que abre o disco, o álbum ainda tem "Zé a
Zero" (Tom Zé, Marcelo Segreto e Tim Bernardes), "Papa Francisco
Perdoa Tom Zé" (Tim Bernardes), "Irará Iralá" (Tom Zé) e
"Taí", feita por ele nos anos 1970 para um comercial de refrigerante.
"Esse disco não é uma resposta mal-humorada, foi feito
tanto para quem falou bem quanto para quem falou mal, todos me
influenciaram", diz.
"São as crianças [músicos jovens] dando suas respostas
mais violentas e eu amaciando. Não estou fazendo aquela covardia de me usar de
canções, de estar no pedestal dos sabidos, para dizer que foi um
patrulhamento."
A partir desta quarta-feira (24), Tom Zé volta ao estúdio
para, com a mesma turma, começar a gravar mais sete músicas, que transformarão
o EP em um disco, com lançamento previsto também em vinil.
CACHÊ PARA IRARÁ
Na época do comercial, Tom Zé havia dito que usaria o
pagamento para investir na pesquisa de um álbum com instrumentos experimentais.
O compositor mudou de ideia e doará o cachê de R$ 80 mil
para a Sociedade Lítero-Musical 25 de Dezembro, banda da qual ele foi expulso
em 1954, em Irará, sua cidade natal.
"Eu estudava sax na banda. Aí vieram me dizer que eu
era filho de rico e não podia ocupar o lugar de um aluno pobre. Se for o caso,
vou até Irará e entrego o cachê em uma cerimônia."
Notas da Redação:
Se você não lembra do início da polêmica clique AQUI.
O disco "Tribunal do Feicebuqui" pode ser baixado gratuitamente
em no site oficial de TOM ZÉ
Em 1970, Tom Zé gravou Guindaste a Rigor, em que dizia que no
breque de uma música gostaria que tivesse um belo “assopro” de coca-cola. À época a
censora explicou para Tom Zé que ele era um menino muito educado e não ficava
bem colocar “arroto” em uma música. A censora proibiu o arroto.
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