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segunda-feira, 19 de maio de 2014

DO DELÍRIO COTIDIANO

Sábado resolvi tomar café da manhã. Ou pelo menos comer um sanduíche. Para poupar tempo não fui ao mercado, fui à padaria.

Cheguei no balcão e fiz um pedido simples: “Quatro pãezinhos, 200 gramas de queijo, 200 de presunto.” O rapaz, muito gentil, prontamente me entregou quatro pães que, bem utilizados em uma bazuca, serviriam para derrubar uma parede. Tudo bem, faço uma torrada, comecei a racionalizar. Afinal, pedir um pão novo em uma padaria é realmente algo extravagante.

O simpático rapaz, continuando, colocou na minha frente uma fatia de presunto que deveria pesar uns 50 gramas e virou para pegar o queijo. Imaginei que ele tivesse entendido errado e pedi novamente minha quantidade: “Só tem isso”, gritou aquele bom homem. Pedi, então, mais cem gramas de salame italiano. Ele deve ter entendido “todo salame que tu encontrar pela frente”. Ponderei com ele que a família era pequena, e aquela quantidade nos alimentaria até o apocalipse, portanto que retirasse alguma coisa dali. Me olhou como se eu estivesse pedindo pra ele ir ao Passo D’areia dançar uma valsa com a Obirici.

Eu sou realmente um insatisfeito.

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