Como todo mundo sabe e certamente nota, sou um homem simples
de questões simples. Algumas me afligem menos – como, por exemplo: Será que o
Renato Borghetti tem orelhas? E outras mais: Por que a gente nunca sabe a hora
de parar? Nenhuma original, eu sei.
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A primeira eu nem tinha, mas algum tuíter me envenenou. No
segundo caso, refiro-me especificamente ao Deep Purple, banda da qual gosto muito e
está entre as minhas preferidas. Mas tá abusando da boa vontade da gente.
Pro meu gosto o último disco bacana foi de 1974. Mas esticando
dá pra dizer que foi em 1984, numa reorganização da turma, com Perfect
Strangers. Coisa de fã, tudo bem.
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De 1997 pra cá, foram raros os anos em que o Purple não tocou
no Brasil, sempre com a formação das mais variadas e extravagantes (Joe Satriani
nas guitarras, por exemplo). Cogitamos uma vaquinha pra trazer o show pro
aniversário do afilhado.
Na revista da Livraria Saraiva do mês de Julho/13 tem uma
entrevista com Ian Gillan. A introdução é assim:
“Foram oito anos de espera, mas para alívio dos fãs, o Deep
Purple lançou um novo disco de estúdio, o 19° da carreira da banda.“
Eu realmente custo a acreditar que exista algum fã “desse”
Deep Purple. O Deep Purple, como muitas bandas e muitas gentes, virou um cover
de si mesmo. Como disse Kevin um dia desses, referindo-se não lembro a quem: “Essa
gente não respeita o próprio passado”.
Eu entendo que muitas pessoas se aposentam e seguem
trabalhando (nossas rádias estão cheias de exemplos) pra não baixarem o padrão
de vida. Eu entendo. E respeito. Embora pense que deveria haver uma
aposentadoria realmente compulsória. A gente fica velho e não entende que as
coisas, costumes e valores mudam. Mas isso é outro problema.
Duvido que alguém vá ao show do Deep Purple e grite
freneticamente pra que eles toquem “Vincent Price”, música do supra citado novo
disco. Quem vai ao um show do Purple – e sei lá que motivo levaria alguém hoje
ao show do Purple – não está interessado no novo disco da banda. Ritchie
Blackmore está há anos fora do Deep Purple. Jon Lord já estava fora da banda
quando morreu ano passado.
E Ian Gillan – que
diz estar escrevendo dois livros: “um mais político, outro mais filosófico” – diz
que quer mais rock and roll. Pobre rock and roll.
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