Acerca da polêmica das biografias que correu semana passada,
para mim ficaram algumas coisas. “O Chico é gênio”. “O Caetano é o máximo”. “O
Milton é fantástico”. E agora fica todo mundo se dizendo “constrangido pela
posição dos mestres”. Acho que na verdade as pessoas só gostavam dos “gênios”
porque eles falavam o que eles queriam. E isso quando não entendiam como
queriam. Quando não concordam com o que dizem ficam “constrangidos”. Quer
dizer, eu penso certo, eles estão pensando errado.
Esses “gênios” são pessoas comuns, mas são pessoas públicas.
Se eu tomar um porre no bar, xingar o garçom, urinar na mesa e destratar o bar
inteiro vou ser vaiado, levar uma surra e – quem sabe – alguém vai filmar e
botar no youtube com aquelas máximas do tipo: “Sujeito não saber respeitar
ninguém”.
Se um dos citados acima fizer isso, os comentários serão
nominais e a repercussão infinitamente maior.
Eu concordo com todos os argumentos apresentados por
Benjamin Moser na sua “Carta aberta a Caetano”, publicada na última quarta-feira
(09/10/2013) na Folha de São Paulo. Até por que os argumentos da Paula Lavigne
são muito estranhos. Para dizer o mínimo.
Todo mundo tem um podre para esconder. Ninguém resiste a uma
boa investigação. Ninguém. E ninguém quer o seu pecado se tornando público. Ou
pelo menos não na capa do jornal. Se o sujeito usa uma perna mecânica e não
gosta de falar sobre isso e outro não gosta de dar entrevistas para não ser
questionado quanto ao seu passado vinculado à polícia, é uma decisão de cada um.
Mas também é a história de cada um.
Talvez o problema esteja no público leitor. Não sei se o
leitor de biografias é o mesmo consumidor de notícias rápidas de internet, que
se interessa mesmo por quem namorou quem.
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