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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

DAS BIOGRAFIAS

Acerca da polêmica das biografias que correu semana passada, para mim ficaram algumas coisas. “O Chico é gênio”. “O Caetano é o máximo”. “O Milton é fantástico”. E agora fica todo mundo se dizendo “constrangido pela posição dos mestres”. Acho que na verdade as pessoas só gostavam dos “gênios” porque eles falavam o que eles queriam. E isso quando não entendiam como queriam. Quando não concordam com o que dizem ficam “constrangidos”. Quer dizer, eu penso certo, eles estão pensando errado.

Esses “gênios” são pessoas comuns, mas são pessoas públicas. Se eu tomar um porre no bar, xingar o garçom, urinar na mesa e destratar o bar inteiro vou ser vaiado, levar uma surra e – quem sabe – alguém vai filmar e botar no youtube com aquelas máximas do tipo: “Sujeito não saber respeitar ninguém”.

Se um dos citados acima fizer isso, os comentários serão nominais e a repercussão infinitamente maior.

Eu concordo com todos os argumentos apresentados por Benjamin Moser na sua “Carta aberta a Caetano”, publicada na última quarta-feira (09/10/2013) na Folha de São Paulo. Até por que os argumentos da Paula Lavigne são muito estranhos. Para dizer o mínimo.

Todo mundo tem um podre para esconder. Ninguém resiste a uma boa investigação. Ninguém. E ninguém quer o seu pecado se tornando público. Ou pelo menos não na capa do jornal. Se o sujeito usa uma perna mecânica e não gosta de falar sobre isso e outro não gosta de dar entrevistas para não ser questionado quanto ao seu passado vinculado à polícia, é uma decisão de cada um. Mas também é a história de cada um.

Talvez o problema esteja no público leitor. Não sei se o leitor de biografias é o mesmo consumidor de notícias rápidas de internet, que se interessa mesmo por quem namorou quem.

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