Há alguns anos, alguns burocratas do futebol (os burocratas
existem em toda parte, até na música) resolveram que o que prejudicava o
futebol era a cerveja. A cerveja vendida dentro dos estádios, não fora, não as
que patrocinam copas e transmissões de TV.
Por causa da cerveja vendida nos estádios, as pessoas brigavam
e falavam palavrões perto de meninas de 16 anos, que, como se sabe, não conhecem
palavrões, sequer o significado de cada uma daquelas palavras de baixo calão.
A cada final de semana – ou em qualquer dia depois de uma
partida de futebol – é possível encontrar notícias sobre brigas, espancamentos,
assaltos e arrastões. Dificilmente um jogo acaba sem “briga de torcidas”.
Ora, se o problema era a cerveja, por que não acabaram as
brigas? Quem é um bebedor moderado como eu (e nunca briguei por isso, bravateei
um monte, fui jurado várias vezes de um monte de coisa, mas nunca briguei) sabe
que quem gosta de brigar não precisa de cerveja para brigar.
Se a premissa “quem bebe briga” fosse verdadeira, as
reuniões entre repórteres, colunistas, editorias, diretoria e acionistas do grupo TOA
terminariam sempre em espetaculares pancadarias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário