Deus é um cara gozador, adora brincadeira. Não me deu pernas
compridas e também não preciso fugir da polícia. Me deu muita preguiça. E
alguma implicância. Me deu também o gosto de assistir televisão. Ou melhor, de
mexer no controle remoto, que é infinitamente melhor do que ver televisão. E, com tudo isso, consigo ouvir comentários do tipo: “Eu super entendi”. Isso foi no
Saia Justa.
Estava falando um desses intelectuais pop. Desses que escrevem livros que os muilealevalerosenses DE-VO-RAM nas eternas madrugadas de vigília pela cultura. Quando acabou a explanação, que ninguém entendeu, mas todos ficaram fazendo cara de Marília Gabriela, a apresentadora me larga essa: “Eu super entendi!”. E, claro, aproveita pra fazer uma piada, pois ali não haveria mais condições para um comentário "cabeça".
Estava falando um desses intelectuais pop. Desses que escrevem livros que os muilealevalerosenses DE-VO-RAM nas eternas madrugadas de vigília pela cultura. Quando acabou a explanação, que ninguém entendeu, mas todos ficaram fazendo cara de Marília Gabriela, a apresentadora me larga essa: “Eu super entendi!”. E, claro, aproveita pra fazer uma piada, pois ali não haveria mais condições para um comentário "cabeça".
No entendimento deste modesto blogueiro, “entender” faz
parte daquelas coisas que a gente deve marcar “sim” ou “não”. “Entendeu?” “Mais
ou menos”. Obviamente, é um eufemismo de “porra nenhuma”. E “super entendeu”?
Entendeu e foi além? Não parecia ser o caso. Eu vou me indignar e chega.
Outra boa que peguei, num desses instantes em que a imagem se fixou
na tela, na dúvida se se vai adiante ou se fica pra ver até que ponto aquilo vai
chegar, foi a seguinte apresentação: “Ele é um shopping de cultura!”. Essa só
podia ser na MuiLeal. E o sujeito apresentado, certamente, deve ter feito a
anotação mental: “Essa vai pra lápide, SE um dia eu morrer, vai pra lápide: aqui jaz um shopping
de cultura!“.
(Não é querer esvaziar o elogio, mas na MuiLeal todo mundo é
shopping cultural. Quem faz música, quem faz teatro, quem faz cinema, quem escreve, quem tem mais ideias, e quem tem programa na rádio...)
Espero que alguém me desafie, mas não bote a mãe no meio. Como já disse, não se deve dar pernadas curtas a três por quatro. E não me
despenteio.
Aquele abraço pra quem fica.
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