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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

MÚSICA NA SEXTA

Há tempos essa coluna quer homenagear Angenor de Oliveira, Cartola. Nada mais justo do que fazê-lo no dia 11 de outubro, dia de seu nascimento, no Rio de Janeiro em1908.

Até os 55 anos de idade, Cartola acreditava se chamar Agenor. Foi em 1964, quando decidiu se casar com Dona Zica para oficializar a relação de 12 anos, que descobriu em sua certidão de nascimento que seu nome de registro era Angenor.

Dizia preferir as mulheres mais velhas "pra evitar filho e porque tem mais juízo". Boêmio, chegava a beber dois litros de cachaça por dia.

Quando sua carreira como compositor e violonista começava a deslanchar, por volta de 1934, Cartola percebeu que precisava aprimorar a letra de suas músicas. Passou a ler poemas e romances. Teve influência de Castro Alves e Gonçalves Dias. Leu Olavo Bilac e um pouco de Camões.

Em uma passagem do filme Cartola – Música para os Olhos, o compositor reencontra seu pai e vai tocar alguma música para ele ao violão. Pergunta ao pai qual música ele quer ouvir e este responde “Um samba”. Cartola responde “Sim, um samba...” O que mais poderia ser, afinal? (O filme completo está no final desta postagem.)

Somente em 1974 Cartola lança seu primeiro disco. Em 1976, grava o segundo, com os clássicos “O mundo é um moinho”, “As rosas não falam”, “Cordas de Aço” e “Peito Vazio”. Esta composta especialmente para Nelson Gonçalves.

  
Peito Vazio

Cartola
 Nada consigo fazer
 Quando a saudade aperta
 Foge-me a inspiração
 Sinto a alma deserta
 Um vazio se faz em meu peito
 E de fato eu sinto
 Em meu peito um vazio
 Me faltando as tuas carícias
 As noites são longas
 E eu sinto mais frio.
 Procuro afogar no álcool
 A tua lembrança
 Mas noto que é ridícula
 A minha vingança
 Vou seguir os conselhos
 De amigos
 E garanto que não beberei
 Nunca mais
 E com o tempo
 Essa imensa saudade que sinto
 Se esvai

Abaixo o documentário Música para os Olhos, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda.



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