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segunda-feira, 8 de abril de 2013

DAS MADRUGADAS

SONETO DO EPITAPHIO 

La quando em mim perder a humanidade
Mais um daquelles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o theologo, o peralta,
Algum duque, ou marquez, ou conde, ou frade: 

Não quero funeral communidade,
Que engrole "sub-venites" em voz alta;
Pingados gattarrões, gente de malta,
Eu tambem vos dispenso a caridade: 

Mas quando ferrugenta enxada edosa
Sepulchro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitaphio mão piedosa: 

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

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