Sou um sujeito passional. Minhas avaliações acerca de qualquer coisa sempre envolvem critérios muito técnicos, como, por exemplo, a simpatia que sinto pelo que estou ouvindo, vendo, lendo. Enfim, avaliando, que é o que a gente faz o tempo todo.
Tenho simpatia pelo Naná. Naná Vasconcelos, o percussionista pernambucano. Pode ser simplesmente a simpatia que nós, bebedores moderados, nutrimos uns pelos outros, embora eu desconfie que ele tenha diminuído consideravelmente as quantidades industriais de drinques que consumia com naturalidade. É um sujeito sinceramente envolvido com questões sociais, mesmo que por conta disso coloque mais gente tocando berimbau neste mundo.
Seus milhões de prêmios e Grammys não me impressionam. Seu imenso currículo, com Pat Metheny, Egberto Gismonti, Itamar Assumpção, Milton Nascimento, B.B. King, Paul Simon, Gilberto Gil, Miles Davis, Gal Costa, Gato Barbieri e mais um montão de gente se não impressiona pelo menos me faz entender que, acima do meu gosto pessoal, o sujeito não é de brincadeira. Não pode essa turma toda estar enganada e o distinto aqui cheio de razão.
Música - essa coisa que ocupa parte considerável na minha vida e ainda assim nem tanto quanto gostaria - pra entrar na minha coleção depende da resposta de uma ou duas perguntas: Gostei? Arrepiou? Me diz alguma coisa bacana? Se sim, entra pra lista. Simples assim.
Portanto nem currículo, nem Grammy e nem mesmo minha simpatia pessoal pelo Naná conseguem me fazer gostar de sua música. Gosto é gosto, mas não consigo entender como é que depois de o mundo inventar tambor, cuíca, bumbo – pra ficar na área de Naná – o sujeito precise utilizar o corpo como instrumento. Sim, o corpo. Ele não “bate no couro”. Bate no próprio peito, nas coxas, na bochecha. Ou, se preferirem, no “próprio couro”. O que, convenhamos, não é legal.
Depois de “Sinfonia das Águas”, que Naná gravou no disco “Sinfonia & Batuques”, ele resolveu gravar um novo disco como consequência: “Os quatro elementos”. O som da água envolve praia, mar e a piscina de Naná. A terra vem representada pelos habitantes do planeta, mais especificamente seus corpos, com os quais é possível fazer música, segundo ele (Eu avisei....). O fogo surge na forma de sonoplastia, o som é tirado de sacos de salgadinho. O que, de certa forma, é até um conforto, pois imaginei que a faixa seria o crepitar de uma fogueira. E para o ar, o quarto elemento, transcrevo a explicação do próprio: "Pra significar o ar e criar essa trilha da minha imaginação, pensei em um grupo de astronautas africanos indo fazer uma dança nos anéis de Saturno".
Enfim, não escutei e provavelmente não escutarei os quatro elementos de Naná. Mas tenho muita curiosidade em saber qual será sua próxima inspiração.
Luiggi
Tenho simpatia pelo Naná. Naná Vasconcelos, o percussionista pernambucano. Pode ser simplesmente a simpatia que nós, bebedores moderados, nutrimos uns pelos outros, embora eu desconfie que ele tenha diminuído consideravelmente as quantidades industriais de drinques que consumia com naturalidade. É um sujeito sinceramente envolvido com questões sociais, mesmo que por conta disso coloque mais gente tocando berimbau neste mundo.
Seus milhões de prêmios e Grammys não me impressionam. Seu imenso currículo, com Pat Metheny, Egberto Gismonti, Itamar Assumpção, Milton Nascimento, B.B. King, Paul Simon, Gilberto Gil, Miles Davis, Gal Costa, Gato Barbieri e mais um montão de gente se não impressiona pelo menos me faz entender que, acima do meu gosto pessoal, o sujeito não é de brincadeira. Não pode essa turma toda estar enganada e o distinto aqui cheio de razão.
Música - essa coisa que ocupa parte considerável na minha vida e ainda assim nem tanto quanto gostaria - pra entrar na minha coleção depende da resposta de uma ou duas perguntas: Gostei? Arrepiou? Me diz alguma coisa bacana? Se sim, entra pra lista. Simples assim.
Portanto nem currículo, nem Grammy e nem mesmo minha simpatia pessoal pelo Naná conseguem me fazer gostar de sua música. Gosto é gosto, mas não consigo entender como é que depois de o mundo inventar tambor, cuíca, bumbo – pra ficar na área de Naná – o sujeito precise utilizar o corpo como instrumento. Sim, o corpo. Ele não “bate no couro”. Bate no próprio peito, nas coxas, na bochecha. Ou, se preferirem, no “próprio couro”. O que, convenhamos, não é legal.
Depois de “Sinfonia das Águas”, que Naná gravou no disco “Sinfonia & Batuques”, ele resolveu gravar um novo disco como consequência: “Os quatro elementos”. O som da água envolve praia, mar e a piscina de Naná. A terra vem representada pelos habitantes do planeta, mais especificamente seus corpos, com os quais é possível fazer música, segundo ele (Eu avisei....). O fogo surge na forma de sonoplastia, o som é tirado de sacos de salgadinho. O que, de certa forma, é até um conforto, pois imaginei que a faixa seria o crepitar de uma fogueira. E para o ar, o quarto elemento, transcrevo a explicação do próprio: "Pra significar o ar e criar essa trilha da minha imaginação, pensei em um grupo de astronautas africanos indo fazer uma dança nos anéis de Saturno".
Enfim, não escutei e provavelmente não escutarei os quatro elementos de Naná. Mas tenho muita curiosidade em saber qual será sua próxima inspiração.
Luiggi
Nenhum comentário:
Postar um comentário