Colocando na
estante “O Estrangeiro”, de Albert Camus, que citei aqui ontem, fiquei pensando
sobre a sorte de alguns livros que viraram filmes. Não vou entrar no mérito da
linguagem e nem dizer o que a gente ouve em qualquer conversa sobre qualquer
livro que virou filme: “O livro é muuuiiito melhor! Eu de-vo-rei! Li em uma
noite”. (Qualquer livro que virou filme foi lido em uma noite, mesmo sendo a
trilogia Senhor dos Anéis). E
claro que vou esquecer um montão, mas foram os que me vieram à cabeça.
Estava
pensando na sorte mesmo de um livro ter sido escolhido por um diretor, ou quem
decide que um livro virará filme.
Alguns dão
tanta sorte que nem eram conhecidos antes do filme: Coração Satânico – Willian Hjortsberg, O Clube Dumas – Arturo Pérez-Reverte, que virou O último Portal, de Roman Polanski. Pelo
menos eu não conhecia. Alguém pensou em ler o Poderoso Chefão, do Mario Puzzo, depois de ver o Marlon Brando?
Certamente,
Umberto Eco vendeu alguns livros para leitores que não entenderam nada de seus
livros depois do Willian de Sean Connery.
O estrangeiro,
supra citado, foi vivido por Marcello Mastroianni.
A lista é
enorme. Mas nada me desperta maior compaixão e tristeza do que o Mandrake do
Rubem Fonseca. Na primeira vez que vi em filme foi com o Peter Coyote (tudo
bem, avacalharam com o livro mesmo... mas Peter Coyote, francamente...), e
depois me aparece o Marcos Palmeira. Porra, o Peter Coyote nem o Polansky conseguiu
fazer ele trabalhar bem (Lua de Fel),
ele é ruim até caçando ET. E o sobrinho do Chico Anysio sempre vai despertar
aquela lembrança do pisoteador de cacau. E o pior é que este deve ter tido a
anuência do autor, já que o diretor é filho dele. O Mandrake que eu conheço
desde Lúcia McCartney não é assim.
Luiggi
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