A VIDA COMO ELA FOI
www.fernandoalbrecht.com.br (13/032013)
Um jacaré no quartel
"...ordenou que todos os milicos fossem colocados em posição de sentido"
O jornalista Machado Filho, que em priscas eras era contumaz colaborador deste espaço, certa vez me contou uma história envolvendo seu pai, o coronel da Cavalaria João Carlos Machado, quando servia no 9° Regimento de São Gabriel. Na época, todos os oficiais contavam com um ordenança, que cuidava o cavalo que os oficiais montavam.
Sabem como é, conta o Machadinho, aquele bando de milico junto, alguns da cidade (mais malandros) e outros vindos do interior, botava apelido em todo mundo. A coisa foi ficando complicada e acabou gerando brigas entre os soldados – o causo sempre me lembra da piada antiga do marinheiro Espaguetinho e um navio à deriva em mar aberto, mas essa já é outra história.
Voltando à vaca fria. O comandante decidiu tomar uma atitude: determinou que, no final da tarde, todos os milicos fossem colocados em posição de sentido no pátio principal do quartel. O coronel então inflou o peito e disparou.
- Tropa sob meu comando! Tenho uma comunicação importante para fazer. Aliás, é uma ordem!
A soldadesca trocou orelhas. O que viria por aí? O coronel saboreou a expectativa por algum tempo e voltou à carga.
- A partir de hoje não quero ouvir ninguém mais ser chamado por apelido aqui no Regimento!
Silêncio geral. Machado pai seguiu adiante.
- Aquele que chamar alguém por apelido será sumariamente preso e ficará três dias na cadeia. E se alguém tem alguma objeção que a faça agora!
Diante do silêncio obsequioso de todos, concluiu:
- Que fique claro, então: quem chamar o companheiro por apelido será imediatamente preso.
E, virando-se para sua ordenança, gritou:
- Jacaré, traz o meu cavalo!
www.fernandoalbrecht.com.br (13/032013)
Um jacaré no quartel
"...ordenou que todos os milicos fossem colocados em posição de sentido"
O jornalista Machado Filho, que em priscas eras era contumaz colaborador deste espaço, certa vez me contou uma história envolvendo seu pai, o coronel da Cavalaria João Carlos Machado, quando servia no 9° Regimento de São Gabriel. Na época, todos os oficiais contavam com um ordenança, que cuidava o cavalo que os oficiais montavam.
Sabem como é, conta o Machadinho, aquele bando de milico junto, alguns da cidade (mais malandros) e outros vindos do interior, botava apelido em todo mundo. A coisa foi ficando complicada e acabou gerando brigas entre os soldados – o causo sempre me lembra da piada antiga do marinheiro Espaguetinho e um navio à deriva em mar aberto, mas essa já é outra história.
Voltando à vaca fria. O comandante decidiu tomar uma atitude: determinou que, no final da tarde, todos os milicos fossem colocados em posição de sentido no pátio principal do quartel. O coronel então inflou o peito e disparou.
- Tropa sob meu comando! Tenho uma comunicação importante para fazer. Aliás, é uma ordem!
A soldadesca trocou orelhas. O que viria por aí? O coronel saboreou a expectativa por algum tempo e voltou à carga.
- A partir de hoje não quero ouvir ninguém mais ser chamado por apelido aqui no Regimento!
Silêncio geral. Machado pai seguiu adiante.
- Aquele que chamar alguém por apelido será sumariamente preso e ficará três dias na cadeia. E se alguém tem alguma objeção que a faça agora!
Diante do silêncio obsequioso de todos, concluiu:
- Que fique claro, então: quem chamar o companheiro por apelido será imediatamente preso.
E, virando-se para sua ordenança, gritou:
- Jacaré, traz o meu cavalo!
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