Páginas

quinta-feira, 28 de março de 2013

LACRARAM AS UVAS


Comentei semana passada aqui sobre uma mania feia que algumas pessoas têm, no mercado, de, cada vez que passam por um cacho de uvas, arrancar algumas e sair comendo tranquilamente.

Mesmo não sendo um grande apreciador da fruta – sinceramente prefiro o seu sumo fermentado – , já tive vontade de comprar um cacho ou dois. Mas aquela cena dos pobres cachos magoados, aviltados, conspurcados, maculados, invadidos, profanados, me afastava um pouco da ideia.

Pois, agora, da mesma maneira que a gente coloca os discos na prateleira de cima pras crianças não mexerem, um pano sobre a carne pras moscas não avançarem, a comida dentro do forno pro cachorro não avançar, passaram a lacrar as uvas.

Ainda existem os cachos à mercê dos dedos escrutinadores do mercado, mas quem quiser comer uma uva que não tenha sido vítima da gula de ninguém já pode. Claro que alguns consumidores ilegais meterão os dedos pelas frestas da caixa pra roubar alguma. Mas aí vão ter que escorar a cuia em algum lugar, vão precisar de outra pessoa pra segurar a garrafa térmica e ainda cuidar para que a bolsa de pano não vire. Ou seja, uma trabalheira. E aí já é demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário