A dor de perder alguém é uma coisa que não se pode mensurar. Só quem passou por isso pode ter uma ideia de quão dolorido é. Mas em tempos de mídia eletrônica, redes sociais e o escambau, algumas atitudes chamam a atenção. A instantaneidade das notícias e a necessidade criada por feicebuque, tuíter e outras "ferramentas" (ô, palavrinha!) faz com que algumas pessoas exponham demais os seus sentimentos. Quando o melhor seria ficar calado, parece que há necessidade de mostrar o quanto se está sofrendo, especialmente quando a morte envolve alguém famoso, e como se fosse preciso dar satisfações. Lendo algumas notícias hoje, acabei lembrando de um samba de Haroldo Barbosa e Luis Reis, gravado por Chico Buarque no disco Chico & Bethânia ao Vivo, de 1975.
Notícia de Jornal
Tentou contra a existência
Num humilde barracão
Joana de tal, por causa de um tal João
Depois de medicada
Retirou-se pro seu lar
Aí a notícia carece de exatidão
O lar não mais existe
Ninguém volta ao que acabou
Joana é mais uma mulata triste que errou
Errou na dose
Errou no amor
Joana errou de João
Ninguém notou
Ninguém morou na dor que era o seu mal
A dor da gente não sai no jornal.
Bem lembrado, Kevin!
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